Resenha: Quando eu era Joe, por Karen David
Nome do livro: Quando eu era Joe
Nome Original: When I Was Joe
Tradução: Geraldo Cavalcanti Filho
Trilogia: When I Was Joe- #01
Autor(a): Karen David
ISBN: 9788581633398
Páginas: 318
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
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Imagine o que é perder, em uma única noite, sua casa, seus amigos, Como é possível viver mentindo sobre todas as coisas? Sua escola e até mesmo o seu nome. Aos 14 anos, Ty presencia um crime bárbaro num parque de Londres. A partir desse momento, tudo muda para ele: a polícia o inclui no programa de proteção à testemunha, e Ty é obrigado a assumir uma vida diferente, em outra cidade. O menino ingênuo, tímido, que costumava ser a sombra do amigo Arron, matricula-se na nova escola como Joe… E Joe não poderia ser mais diferente de Ty: faz sucesso com as meninas, torna-se um corredor famoso… Joe é tão popular que acaba incomodando os encrenqueiros da escola. Ser Joe é bem melhor do que ser Ty. Mas, logo agora, quando ele finalmente parece ter se encaixado no mundo, os atentados e ameaças de morte contra sua família o obrigam a viver no anonimato, em fuga constante e sob a pressão de prestar depoimentos sobre uma noite que ele gostaria de esquecer. Um livro – de tirar o fôlego! – sobre coragem e sobre o peso das consequências do que fazemos.
Logo quando a editora Novo Conceito começou a revelar os livros de janeiro/2014 fiquei bastante empolgado quando vi esse livro em seus lançamentos. Primeiro, porque sou fã de livros estilo policiais. Segundo, porque não conhecia nada sobre a autora e a sinopse foi a primeira coisa que me chamou atenção. Terceiro por não apostar tanto na evolução do livro é me surpreender muito. Quarto, por envolver relações sociais que podemos ver ao nosso lado com pessoas próximas ou com nós mesmos. Essas são poucas qualidades dessa incrível autora que acaba de chegar ao Brasil.
Joe/Ty Lewis/Jake é um garoto de quatorze anos que mora junto com sua mãe Nicki e convive com seu melhor amigo Arron na cidade de Londres. Tudo isso parece normal, até que ele presencia um homicídio em um parque tornando a principal testemunha e acaba sendo amparado pela policia em um programa de proteção. Sua vida agora corre riscos e ele precisa junto com sua mãe mudar de cidade, de nome, de colégio e até dos amigos. Tudo isso é feito, ao lado dos policiais Doug, Maureen, Dave que tentam proteger o garoto até que as investigações possam ser concluídas antes de irem para o tribunal testemunhar. Ty acaba se tornando Joe Andrews e sua mãe Michelle Andrews, um garoto de olhos castanhos e cabelo escuro decide mudar totalmente, de um garoto meio bobo, mirrado e sem força para um menino corajoso, querido pelas mulheres e forte.
Ao sair de Londres para uma cidadezinha do interior, Joe acaba entrando para uma nova escola, se transformando totalmente, vendo em si a oportunidade de mudar totalmente daquele Ty de antigamente. Em sua nova escola ele acaba conseguindo um cartão de acesso para a academia e treinando ao lado de sua treinadora Ellie que vê um futuro no garoto.
Os problemas ainda pioram quando a insegurança de Joe e sua mãe em tentar saber como o resto de sua família se encontra, até mesmo o estado do Sr. Petel cresce a cada página. O interessante é ver as dúvidas e a força do personagem em querer mudanças e tentar se decidir quem realmente ele seja. Mas nada chega tão fácil. Sua ingenuidade é logo transformada quando um dos garotos Carl- possuidor de um ciúme contra o garoto por não ter acesso para treinar- acaba aprontando em cima do garoto que logo tenta se defender. A agilidade dele acaba lhe prejudicando e sua identidade quase sendo descoberta. Fora que Joe esconde muito segredo sobre aquele homicídio do que podemos imaginar, ele esconde muita coisa ainda não informada para a polícia e só sua melhor amiga e nova namorada Claire pode tentar lhe ajudar.
” Pode até ser bom poder parar de fingir o tempo todo, mas às vezes penso que fingir é só o que me faz continuar”. (p.41)
Karen David trouxe uma obra bastante instigante, logo nas primeira páginas vemos o momento do assassinato sem saber ao certo tudo que aconteceu. Mas aos poucos, você acaba entendendo e se confundindo no final. A autora ainda aborda os problemas de um cadeirante, o bullying e faz uma participação incrível do Sr. Henderson e as controvérsias e anseios da adolescência em Ashley, Ty, e seus colegas. Os problemas com Claire quando os pais não cuidam profundamente são bastantes evidenciados. O livro é muito, muito bom mesmo e estou doido pelo Quase Sempre, segundo volume da trilogia.
A editora Novo Conceito acertou muito em trazer a obra para o Brasil. O mais interessante foi aprofundar na história de David e descobrir que foi o seu primeiro livro. A tradução foi de Geraldo Cavalcanti Filho, muito fiel com as colocações possibilitando o leitor entender toda a problemática.
Quando eu era Joe é um livro profundo, que aborda conceitos de convivência familiar e problemas de nosso cotidiano fora toda euforia da perseguição. Indico muito a leitura e até peco em não ter mais palavras para abordar o quão magnifica é a obra. Qualquer trecho poderia levantar spoilers do enredo.
Não estava tão ansiosa assim por esse lançamento, mas fiquei bem curiosa depois da sua resenha. Parece ser um livro bom, mas não sei se gostei dessa capa…
Beijos,
Mands – Outbreaks.