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Crítica “A Maldição da Casa Winchester”

A Maldição da Casa Winchester (Winchester, 2018)
Diretores: Michael Spierig, Peter Spirig
Roteiro: Tom Voughan, Michael Spierig, Peter Spirig
Elenco: Helen Mirren, Jason Clarke, Sarah Snook, Finn Scicluna-O’Prey,
Eamon Farren, Emm Wiseman, Tyler Coppin, Bruce Spence
Direção de Fotografia: Ben Nott
Direção de Arte: Janie Parker Mark Warren
Montagem: Matt Villa

 Herdeira de uma empresa de armas de fogo, Sarah Winchester (Helen Mirren) está convicta de que é assombrada pelas almas mortas através do rifle da família Winchester. Após as repentinas mortes do marido e da filha, ela decide construir uma mansão para afastar os espíritos e ao avaliá-la o psiquiatra Eric Price (Jason Clarke) percebe que talvez sua obsessão não seja tão insana quanto parece.​

Os diretores Michael e Peter Spirig, juntamente como roteirista Tom Voughan, tinham em mãos um excelente material para fazer um fantástico filme de terror. Uma mansão terrível e assustadora, com passagens secretas e escadas para nenhum lugar é sempre uma boa base pra uma trama de horror. Mas, eles optaram pelo susto fácil e previsível ao contar essa historia.  Os diretores não souberam criar um clima favorável a momentos de tensão e suspense, bem como desenvolver a empatia na publico pelos personagens. Com 15 minutos de projeção os aficionados por filme de terror são capazes de desvendar toda a trama.

O enredo se desenrola a partir de um mito duradouro de que Sarah Winchester se considera amaldiçoada pelos espíritos daqueles que morreram por tiros de produtos Winchester. Sua historia pessoal também é bem trágic. Seu marido Willian Winchester (herdeiro da companhia de mesmo nome, fabricante de armas de fogo) morreu jovem e sua filha morreu ainda na infância. Para se livrar dessa suposta “maldição” Sarah dá inicio a uma renovação constante e obsessiva da casa onde mora, em San José na Califórnia, sob o comando dos espíritos que exigiam que ela os abrigasse.

A casa também tinha o intuito de funcionar com uma armadilha para os espíritos que há importunavam, por isso existe uma infinidade a labirintos, passagens secretas, escadas e portas que levam para lugar nenhum.  De 1984 a 1922, por 38 anos e com 24 horas de trabalho ininterruptas, a renovação da casa Winchester foi reformada. Essas alterações chegaram ao fim em 1922, com o falecimento de Sarah. Em 1923 o espaço foi aberto ao publico, se tornando uma atração turística.

Parte real e parte recriação (em efeitos especiais), a mansão rouba praticamente toda cena em “A Maldição da Casa Winchester”. Ela é a grande protagonista do filme. Seu primeiro grande momento vem quando o psiquiatra Price chega a casa e, é acomodado em uma sala na qual há um armário que, claramente, contém algo vivo. Há uma explicação racional, é claro, mas o bom médico nunca se acostuma com essa casa desorientadora. Essa sequência desperta a atenção do espectador, porém o longo diálogo que vem em seguida dilui o interesse pelo ambiente.  O filme tem problemas de ritmo com seus diálogos longos e sem função especifica. O acumulo de jump scare o tornam cansativo.

Os personagens não são interessantes ou cativantes. Por mais que Jason Clarke torne seu médico atraente, com uma inteligência cética e um ar de compostura vitoriana, em boa parte de filme seu personagem se mostra inexpressivo, sempre entorpecido pelo o efeito de narcóticos e envolvido por seus demônios. Já a personagem de Helen Mirren ,Sarah, é uma mulher de uma só nota. Uma figura de pressentimento, vestida sempre de preto – luto – e, ziguezagueando como um próprio fantasma pela casa. Sara Snook,  no papel de sobrinha Sarah Winchester, encara a personagem mãe – clichê de filmes de terror – e também não consegue transmitir empatia.

“A Maldição da Casa Winchester” tinha todos os elementos para figuras nas listas de melhores filmes de terror de 2018, mas seus diretores e roteiristas se perderam nos labirintos da própria casa.

Nota: 2/5

https://youtu.be/tbqthHc8E2k

2 thoughts on “Crítica “A Maldição da Casa Winchester”

  • Luana Souza

    Eu acho que a ideia era realmente muito boa, uma pena que os diretores tenham se perdido tanto. Não é meu gênero favorito, alias é o que menos gosto pois sou bem medrosa kkk acho que não assistiria.

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  • Nathalia silva

    Pelo que entendi de sua crítica, o filme se tornou arrastado justamente por seus longos diálogos (aparentemente sem sentido) e também pela sua previsibilidade, é isso? É uma pena que ele poderia ir além e não foi. O único ponto interessante pelo que vejo é ter a casa como um “personagem” na trama.

    Resposta

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