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Filme: “Vice”

Vice (EUA, 2018)

Diretor: Adam McKay

Roteiro: Adam McKay

Elenco: Christian Bale; Amy Adams; Steve Carell; Sam Rockwell; Eddie Marsan; Alison Pill; Lily Rabe; Jesse Plemons; Tyler Perry; Shea Whigham

Diretor de Fotografia: Greig Fraser

Montagem: Hank Corwin

Sinopse: “Na juventude, Dick Cheney (Christian Bale) se aproximou do Partido Republicano ao ver na política uma grande oportunidade de ascender de vida. Para tanto, se aproxima de Donald Rumsfeld (Steve Carell) e logo se torna seu assessor direto. Com a renúncia do ex-presidente Richard Nixon, os poucos republicanos que não estavam associados ao governo ganham imediata importância e, com isso, tanto Cheney quanto Rumsfeld retornam à esfera de poder do partido. Décadas depois, com a decisão de George W. Bush (Sam Rockwell) em se lançar candidato à presidência, Cheney é cortejado para assumir o posto de vice-presidente. Ele aceita, mas com uma condição: que tenha amplos poderes dentro do governo, caso a chapa formada seja eleita.”

No filme Vice vamos conhecer a história, real, do político Dick Cheney, um homem que do nada fez sua carreira por meios nada convencionais e chegou a vice-presidência dos Estados Unidos e usou desse poder para fazer coisas por digamos assim “debaixo dos panos”. Dick faz sua carreia na política aos poucos e de maneira quase imperceptível, quando nos damos conta ele já está em cargo alto no decorrer da narrativa. E nisso tudo sua mulher participa ativamente e sempre concordando com os meios usados pelo marido.

Esse filme me fez pensar muito na série House of Cards onde o ator Kevin Spacey vive o congressista Francis Underwood e sua mulher, Claire usam de todos os meios para chegar ao poder. Nesse caso a arte imitou a vida. Foram vários momentos no filme que me fizeram lembrar da série. Mesmo não sendo um filme da Marvel fique até o final dos créditos, pois há uma cena pós credito

Em um primeiro momento a narrativa de Vice se mantém no factual, seja nas escolhas e atitudes que Cheney segui até chegar a vice presidência dos Estados Unidos. Quando a enredo aborda questões bem atuais como o ataque a torres gêmeas, a queda de Saddam Hussein, a perseguição a Osama Bin Laden entre outras coisas, o espectador percebera o posicionamento do diretor diante dos fatos ocorridos nesse período. Nesse momento o filme deixa de ser documental e começa mostrar o posicionamento político do diretor. Talvez seja nesse momento pelo uso excessivo de imagens reais em um momento que a narrativa opte pelo ficcional que Vice se torna repetitivo e um pouco maçante.

Christian Bale ficou ótimo no papel de Dick, a evolução do personagem é bem realista. Amy Adams como Lenny Cheney mostra que por trás de todo homem há uma grande mulher apoiando e dando suporte. A maquiagem mostrando a passagem dos anos impressiona bastante, ficou bem realista. O figurino e fotografia condizem com o momento retratado no filme.

Na direção temos Adam McKay, que em 2016 ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado pelo seu filme A Grande Aposta. E em 2019 não poderia ser diferentes, após receber seis indicações ao Golden Globes, duas ao SAG Awards e nove ao Critics’ Choice Awards, “VICE” conquista agora oito indicações ao Oscar® 2019, afirmando-se como um dos principais filmes do ano. A película foi destaque nas principais categorias da premiação, sendo indicado a Melhor Filme, Melhor Diretor com Adam McKay, Melhor Ator com Christian Bale, Melhor Atriz Coadjuvante com Amy Adams, Melhor Ator Coadjuvante com Sam Rockwell, Melhor Edição, Melhor Roteiro Original e Melhor Maquiagem.

Essa é a quarta indicação de Christian Bale ao Oscar®, o ator já havia concorrido em 2014 por sua atuação em “Trapaça” e em 2016 por “A Grande Aposta.” Além a excelente atuação de Bale o elenco ainda conta com a otima atuação de Steve Carell. Mckay repete a parceria com Bale e Carell e faz novas apostas com os atores Sam Rockwell, Jesse Plemons, Shea Whigham Alison Pill e Lily Rabe.

Assim como as tragédias gregas Vice é um filme que dever ser visto e apreciado não p pelo o que está sendo mostrado, mas pelo que se esconde nas entrelinhas, nos olhares e nos gestos de seus participantes.

Nota 4,5/5

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