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Filme – Casal Improvável

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Casal Improvável (Long Shot, 2019)
Direção: Jonathan Levine
Roteiro: Dan Sterling, Liz Hanna
Elenco: Seth Rogen, Charlize Theron, O’Shea Jackson Jr., June Diane Raphael, Ravi Patel, Bob Odenkirk, Andy Serkis, Alexander Skarsgard, Boyz II Men, Lisa Kudrow
Sinopse: Fred é um jornalista que está desempregado. Um dia, ele encontra Charlotte que foi sua babysitter na pré-adolescência, mas que hoje se transformou numa das mais influentes mulheres do mundo. De secretária de Estado, ela concorre agora à presidência dos EUA. Contente com o encontro Charlotte contrata Fred para escrever os seus discursos. Porém, o que parecia ser uma parceria estritamente profissional vai dar lugar a algo a mais.

Há tempos me pergunto o que seria um “Casal Improvável”. Em todos os filmes que vemos sobre o assunto, ele aparece como um contraponto aos casais fofos e tradicionais dos romances. Sempre é composto por uma parte que detém certo poder, que pode ser fama, como Julia Roberts em “Um Lugar Chamado Notting Hill” (1999) ou dinheiro, como Richard Gere em “Uma Linda Mulher”. A outra parte, seu oposto, normalmente é uma pessoa comum que, naturalmente não se envolveria com alguém tão especial.

Partindo dessa estrutura, a nova comédia romântica, estrelada por Charlize Theron e Seth Rogen, consegue trazer para as telas um casal cativante, engraçado e ácido, em um filme cativante e perfeito para o fim de semana do Dia dos Namorados. O filme é dirigido por Jonathan Levine que já trabalhou com Rogen em “50%” (2011).

Fred Flarsky (Seth Rogen) é um jornalista, engajado na mídia independente, conhecido por ser mordaz em seus textos. Em sua pré adolescência ele nutria uma paixão por sua babysitter, Charlote Field (Charlize Theron). Enquanto ele é um “adultescente” desleixado, sem o mínimo de propósito na vida – tipo de personagem que Rogen repete ao longo de sua carreira -, Charlotte se tornou uma figura de destaque na política estadunidense: ela é Secretária de Estado. Bem sucedida, sua nova empreitada é se tornar a primeira mulher, presidente, do país.

Para que isso aconteça, ela precisa “melhorar” sua imagem. Apesar de ser considerada uma das mulheres mais belas e elegantes, outros aspectos de seu perfil são mal vistos pela sociedade votante. Nesse ponto os roteiristas conseguem inserir vários questionamentos sobre a imagem feminina e como no ambiente político a competência das mulheres é ignorada enquanto o próprio presidente, por ser homem, pode ser um idiota fútil. E isso aparece em outras partes do filme, no qual há uma série de comentários sexistas, que funcionam bem como um demarcador do porquê de Charlotte não expor sua vida pessoal.

Por acaso do destino, Flarsky e Field se encontram e ela se encanta pelo trabalho do jornalista, convidando-o para redigir seus discursos – que são considerado rígidos demais. Em meio a essa rotina agitada da política, o jornalista decide conquistar sua crush do passado, se aproximando cada vez mais dela. A escolha de Liz Hanna e Dan Sterling, roteiristas, para delimitar as semelhanças e diferenças das personagens possibilita que a união deles seja consistente. Apesar de serem pessoas que tomaram rumos diferentes na vida, ambos compartilham do mesmo senso de bem estar coletivo, pensando em como melhorar a vida da população dos Estados Unidos. Ambos são politizados, conhecem as articulações do Estado e entendem o que está em jogo.

Casal Imrpovável Charlize Theron, Seth Rogen

Com isso, “Casal Improvável” pode ser chamado de “Notting Hill às avessas e mais ácido”. Seth como sempre, mantendo seu timming perfeito em sua zona de conforto de personagem imaturo, o que não é um problema por dar muito certo. Theron está cada vez melhor em tela. Parece que não um gênero cinematográfico no qual ela não da conta de atuar. Nesse filme ela faz humor de maneira irônica sem perder o tom ou parecer forçada.

E, mesmo com toda a carga de comédia, o filme não deixa de ser um “xuxuzinho” para se ver a dois, no próximo fim de semana. Assita aqui ao trailer de “Casal Improvável”:

Yasmine Evaristo

Artista visual, desenhista, eterna estudante. Feita de mau humor, memes e pelos de gatos, ama zumbis, filmes do Tarantino e bacon. Devota da santíssima Trindade Tarkovski-Kubrick-Lynch, sempre é corrompida por qualquer filme trash ou do Nicolas Cage.

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