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Livro: Allegro em hip-hop – Babi Dewet

Allegro em Hip-Hop

Titulo: Allegro em hip-hop
Autor: Babi Dewet
Ano de lançamento: 2018
Páginas: 334
Editora: Gutenberg

Sinopse: No segundo livro da série Cidade da Música, você vai conhecer Camila. Ela é neta de japoneses e filha de pais muito rigorosos que têm grandes planos para ela e para sua irmã. Desde pequena, aprendeu que precisava se esforçar mais, que precisava ser melhor, que não existia tempo a perder na adolescência e que sua inteligência e seu talento deveriam levá-la longe. Camila, então, trocou as festas das amigas por treinos de balé, e a vontade de viajar o mundo afora pela consagrada Academia Margareth Vilela. Sua vida inteira estava programada e organizada. Até que uma crise de ansiedade a fez perceber que tudo ainda podia mudar e, depois de conhecer Vitor, um garoto desengonçado e cheio de sardas que tocava violino, a vida mostrou à Camila que uma dose de hiphop poderia fazer os dias dela mais felizes.

Infelizmente, mais uma vez o livro não foi o que eu esperava, mas me enganou direitinho quando li a sinopse. Não digo que seja uma propaganda enganosa, mas adorei a ideia, ao contrário da execução em si.

Todos nós já tivemos 18 anos e, inseguranças, medos, necessidade de mostrar aquilo que tem e sabe fazer de melhor, se dedicar. Totalmente compreensível, contudo, não consegui sentir empatia pela personagem com toda aquela insegurana excessiva e drama repetitivo.

Além disso, me incomodou bastante a escrita da autora que  conduz a história de uma forma que não nos traz surpresa ou algum tipo de sentimento quando uma situação é resolvida.

Assim, quando havia algum conflito em determinada parte da história a protagonista ficava o tempo todo dando a dica do que aconteceria, o que nos  induz, como leitores, a entender que algo muito ruim ou muito bom vai acontecer, e se você estiver ligado, consegue saber exatamente o que e em que momento vai acontecer.

Pelo título, sabe-se que algo aconteceria envolvendo o balé e o hip hop. Mas, do jeito como essa situação é conduzida não me trouxe qualquer emoção e o momento veio e passou e não marcou.

Além disso, há, claro, o conflito entre Camila e a mãe disciplinadora, pulso firme. Apesar disso, o conflito que se apresenta entre as duas é muito raso, poderia ter sido muito pior e mais pesado. Para mim, a mãe de Camila foi mais um fantasma que ficou rondando a história do que efetivamente causando um medo real. Por vezes, pensei até que fosse coisa da cabeça da protagonista.

Outro ponto negativo no livro foi a escrita repetitiva(-iva, -iva, -iva), que chega a cansar, tanto que eu parei de ler o livro por uns dias. Em alguns momentos eu seria quase capaz de repetir ou antever o que Camila faria em seguida, de tão previsível e repetitiva. Possivelmente um problema de revisão de conteúdo, porque isso tem a ver com a progressão temática do texto.

Mas não tem ponto positivo? Temmmm e se chama Victor! O jovem violinista ruivo que me ganhou desde a primeira vez que apareceu na história. Fofo, lindo, dedicado.

Não menos decepcionante foi o desfecho que foi corrido e, como o todo o resto, bem previsível.

Assim, a expectativa que eu tinha de que este livro trouxesse uma evolução da escrita e da construção da narrativa foi quebrada ao me deparar com uma história que me agradou ainda menos que a primeira.

Agora, aguardo o lançamento do terceiro livro, porque ainda tenho esperanças de que vou falar bem de um dos livros da cidade da música, assim como falei de Sábado à noite!

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