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Livro: O Caso da Mansão Deboën – Edgar Cantero

Título: O Caso da Mansão Deboën
Autor: Edgar Cantero
Tradutor: Giu Alonso
Ano do lançamento da edição: 2019
Páginas: 352
Editora: Intrínseca
Onde Comprar: Amazon

Eles se conheceram na infância, nas férias em Blyton Hills – a cidade debruçada no lago mais enigmático que uma criança poderia imaginar. Anos depois, Andy é uma mulher extremamente solitária e sente que não se encaixa em lugar algum; Kerri busca consolo para seus medos e complexos na bebida; Nate se interna voluntariamente em hospitais psiquiátricos e tem a constante companhia do fantasma de Peter, o amigo que se tornara um astro de Hollywood mas morreu de overdose. Nenhum dos quatro podia imaginar que seu futuro seria fadado ao fracasso por conta de uma aventura adolescente envolvendo a Mansão Deboën. Mais de uma década antes, em 1977, eles eram apenas quatro jovens inquietos, acompanhados de um simpático cachorro, quando foram até o lago da cidade de Blyton Hills para desvendar um mistério. Em vez de monstros assustadores e espíritos vingativos, o Clube dos Detetives de Blyton, como eles se intitulavam, descobriu que tudo não passava da tramoia de um criminoso fantasiado. Mas o que eles viram e ouviram naquele dia jamais deixa de aterrorizá-los. Com a vida estagnada e imersa em um caos insuportável, Andy se convence de que é preciso enfrentar o passado que não os permite seguir em frente. O grupo então se reúne para tentar entender o que realmente aconteceu naquele fatídico verão e, desta vez, terão certeza de que a resposta é muito mais macabra e perigosa do que imaginavam. Uma narrativa que celebra a nostalgia dos anos 1990, a amizade e os fantasmas (reais ou não) que precisamos enfrentar para superar maldições e maus agouros, O Caso da Mansão Deboën une doses do terror consagrado por H.P. Lovecraft ao humor sagaz das clássicas histórias de detetives juvenis, popularizadas por produções como Scooby-Doo.

O Caso da Mansão Deboën é um livro quase à la Scooby-Doo como muitos tem classificado por aí, mas como uma pegada um pouco diferente. Possui pontos positivos e um pouco de pontos negativos na construção de sua obra, mas o resultado para impressão foi bastante positivo. Também foi o livro da quarta caixa do Intrínsecos (clube de assinaturas da editora Intrínseca), uma grande homenagem ao escritor estrante aqui no Brasil, Edgar Cantero em homenagem ao desenho animado que conhecemos de tanto sucesso que repercute por décadas com uma pitada mais madura. Me senti retornar à infância lendo toda a obra!

No enredo, um grupo de quatro jovens e um cachorro enorme se metem nas mais arriscadas aventuras para solucionar sinistros mistérios, eles são membros do Clube dos Detetives de Blýton e tudo aconteceu a mais de treze anos, na década de 90. Agora, mais de uma década depois, após conquistarem muito sucesso na carreira após solucionarem um grande mistério que envolvia a Mansão Deboën eles retornam, ou quase. Andy, uma valentona com problemas da polícia, acredita que nem tudo foi solucionado, resgata a amizade para tentar resolver toda a questão, convencendo Kerri, uma bióloga que é meio frustrada que trabalha até então como garçonete e seu cachorro Tim, descendente do cão que fazia parte do grupos de amigos a reaver todo o caso. No entanto, elas precisam ir até Nate, outro integrante do grupo vivo para reavê-lo. Ele está em um hospital psiquiátrico. O que elas ainda não sabem, é que o menino ver Peter, um detetive que virou astro de Hollywood e morreu de overdose. Aqui, voltei a pensar em muitos astros que achamos ser “santos”, mas nem sempre o dinheiro e fama traz toda a felicidade desejada.

Cantero conduz sua obra norteada de muitas referências, seja pelo desenho animado de sucesso, até mesmo pelas relações dos personagens que acabei abordando mais acima. A nostalgia me levou para lugares formidáveis, porque associei muitas coisas pra formular outras, contudo no meio do livro, isso me deixou exausto. O terror foi outro caminho que percebi durante a condução da narrativa pelo autor, isso me deixou meio nervoso ao sair dos mistérios que impregnam o desenho. Essa pegada meio apocalíptica me deixou meio confuso, fato de não gostar tanto.

Consegui ver os efeitos visuais, parecendo que estava assistindo um filme. Parece um grande roteiro que vai se abrindo até chegar ao ponto crucial. Outro momento que o autor pode ter errado, foi na falta de exploração do fantasma de Peter, se por um lado ele abriu nas visões de Nate, não entendi os motivos de não ter ido mais além já que tudo estava tão bem descrito e desenvolvido. Também cheguei a cogitar que depois que eles estiveram na mansão, algo ali deixou eles diferentes e desconcertados rodeados de problemas e insucessos na vida, podendo até ser algo da cabeça do menino. Isso não foi muito descrito e desenvolvido pelo autor!

Os personagens Andy e Karri, consegui ver o desenvolvimento aqui em relação a sexualidade, amizade e amor, que corroboraram para o drama do livro. São presentes em toda a obra.

Apesar que não houve muito sobrenatural por aqui, o resultado do livro vai empolgar como eu fiquei por conter mistérios. A história foi muito bem construída e muito bem desenvolvida, muito divertida com diálogos que me peguei rindo sozinho. A ambientação não ficou de lado e a tradução ficou muito bem finalizada.

A editora Intrínseca acertou em cheio em trazer a obra para o Brasil. Fiquei muito curioso em saber de mais livros e até quem sabe uma continuação, apesar que, acredito que não terá. Acho que falta muitos livros no mercado que nos retornam as nossas origens, nossa infância.

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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