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Livro: Serraria Baixo-Astral – Lemony Snicket (Desventuras em Série #04)

Título: Serraria Baixo-Astral
Título original: The miserable mill
Autor: Lemony Snicket
Tradutor: Carlos Sussekind
Ano do lançamento da edição: 2016
Série: Desventuras em Série #04
Páginas: 176
Editora: Seguinte
Onde Comprar: Amazon

Na opinião de Lemony Snicket, “de todos os volumes que contam a vida infeliz dos órfãos Baudelaire, Serraria baixo-astral talvez seja o mais triste até agora”. Alto-Astral é o nome da serraria que serve de cenário para as novas calamidades que Klaus, Violet e Sunny serão obrigados a viver. Trata-se de uma “ironia do destino”, pois ali, no meio daquelas árvores derrubadas, daquelas enormes toras de madeira, o que as três crianças vão encontrar é mais uma coleção de coisas horripilantes, tais como uma gigantesca pinça mecânica, bifes do tipo sola de sapato, uma hipnotizadora e um homem com uma nuvem de fumaça no lugar da cabeça. A vida dos Baudelaire é mesmo muito diferente da vida da maioria das pessoas, “a diferença principal estando no grau de infelicidade, horror e desespero”…Diante desse quadro, algum leitor desavisado pode desconfiar: “Como é que alguém vai se divertir com um livro desses, se as personagens não param de sofrer?!”. A pergunta faz sentido, mas é justamente aí que descobrimos um dos melhores segredos de Lemony Snicket, pseudônimo do americano Daniel Handler. Ele leva o exagero às raias do absurdo, faz o realismo perder feio para o mais deslavado faz-de-conta e o resultado não poderia ser outro: um jogo literário incessantemente bem-humorado.

Em todas as aventuras, iremos ter o autor deixando um pequeno resumo do que iremos encontrar e como sempre o pedido para que saíssemos da trama, já que o texto aqui narrado não será um final feliz. E logo de cara somos avisados que esse será um dos livros mais difíceis até o momento. E de fato foi! Aqui temos exploração de menores, pessoas sendo hipnotizadas para trabalhar em uma serraria e um tutor que não possui nada de tutor, pelo contrário, é um patrão. Fora o conde Olaf novamente atacando.

Após as atrocidades do volume anterior, os jovens Baudelaire são enviados ao lado do Sr. Poe (agora promovido) para a cidade de Paltryville, onde encontrarão o novo tutor, o Senhor ( isso mesmo, por ser complexo em falar, chamam assim), o que leva o Sr. Poe deixar claro que se algo der errado com esse tutor, ele terá de levar as crianças para um colégio interno. E ao chegar no local, a primeira coisa que ele olham é para um estranho prédio em forma de olho, a mesma forma da tatuagem do conde Olaf e logo começam a desconfiar.

Recepcionados pelo otimista Phil na Serraria Alto-Astral, ele mesmo passa a notícia que para eles morar no local, terão que trabalhar.  Depois de um dia cansativos eles encontram com Charles, o sócio do novo tutor das crianças que logo considera absurdo crianças trabalhar dentro da serraria e promete conversar com o seu sócio sobre o mesmo. Logo mostra aos jovens a biblioteca que contém somente três livros: a história da cidade, outro da serraria e outro optometria, escrito pela dra. Georgina Orwell, tratando-se da oftalmologista que vive na “casa-olho” e é ela que cuida de todos dentro da serraria.

As coisas começam a complicar quando o capataz da serraria faz Klaus tropeçar e quebrar os óculos, levando-o para a oftalmologista. Quando ele retorna, ele começa a agir de forma misteriosa como se ali não fosse ele, tivesse sido hipnotizado.  Quando as duas irmãs correm atrás para descobrir o que realmente aconteceu e logo deparam com o conde Olaf, em um novo disfarce dessa vez como Shirley a recepcionista sensual da dra. Georgina que possui um rabo preso com ele.

Até o momento, todos os aparecimentos do conde acontece quando os tutores ficam dispersos, em cada falha estrutural e por aqui não é diferente. A exploração trabalhista também é um dos pontos chaves nesse volume.  Um trabalho árduo e sofrido sem uma alimentação descente e um chefe que nunca dá as caras, sempre escondendo e os seus capatazes sendo responsáveis por guiar a serraria.

Mesmo em um cenário que mexeria com o Conselho Tutelar, Snicket nos deixa bem descontraídos com sua escrita. E novamente o conde Olaf consegue escapar. Convido a todos para ler os livros que traz uma temática por hora pesada e forte, mas ao lado bem divertida. Os jovens Baudelaire evoluem a cada livro, gostei muito dos diálogos e como as irmãs conseguiram ajudar Klaus.

Livros anteriores:

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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