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Livro: “Terra Estranha”

Título:  Terra Estranha
Título original:  Another Country
Autor: James Baldwin
Ano de lançamento: 2018
Páginas: 544
Tradução: Rogério W. Galindo
Capa: Daniel Trench
Páginas: 544
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.661 kg
Acabamento: Brochura com Orelha
ISBN: 9788535931389
Selo: Companhia das Letras

Sinopse: Este romance de fôlego, publicado em 1962, tem como pano de fundo os clubes de jazz de Greenwich Village, em Nova York, na década de 1950. Rufus, um baterista negro em decadência, se envolve com Leona, uma mulher branca nascida no sul dos Estados Unidos. Dessa relação complexa em sua origem, desdobram-se temas caros a James Baldwin, como raça, nacionalismo, identidade, depressão e bissexualidade. 

A empatia talvez seja uma das características mais necessárias dos últimos tempos. Essa capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir as dores, alegrias ou até as emoções mais complexas, não é nada fácil. Engana-se quem pensa que basta ser bom. É provável que requer apenas vontade, mas esses pré-requisitos pouco importa nesse momento. Queremos apenas ressaltar que a empatia é uma puta de uma qualidade.

Você pode não concordar com alguns argumentos ou reinvindicações das ‘minorias’, mas convenhamos, ser negro não é fácil. E não há como se esconder em armário, privilégio financeiro ou social, porque não há como se ocultar. Essa que talvez seja a mais bela das condições de fato, ou seja, ser o que é sem precisar se esforçar, é uma dádiva. Mas em algum momento da humanidade houve uma separação que se impõe dolorosamente por uma eternidade.

O autor James Baldwin é uma voz corajosa em época em que direitos de negros e gays não tinham a mesma proporção de afirmação conquistada posteriormente de suas primeiras obras. Terra Estranha passa pela vida de Rufus, negro, pobre e músico. Por vezes, as situações vividas parecem ter sido inspiradas na vida do próprio autor. Rufus enfrenta não só as condições que fogem de sua escolha. Sua vida sexual é também tema importante e os rótulos de bissexual ou gay é o que menos importa se tratarmos como o autor aborda esse herói.

É interessante que o que parece uma narração em primeira pessoa se transforma para uma perspectiva de outra pessoa, por isso considero que a empatia é o núcleo narrativo dessa história intensa e apaixonante.

Nota: 5 de 5

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

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