Missão Impossível – O Acerto Final | Crítica

Neste que aparenta ser o capítulo final da icônica franquia Missão Impossível, Tom Cruise e o diretor Christopher McQuarrie unem forças mais uma vez em uma tentativa ambiciosa de entregar o melhor filme da série desde Nação Fantasma (2015). Com um tom político mais evidente e sequências de ação eletrizantes, Missão Impossível – O Acerto Final consegue manter o público preso à cadeira, equilibrando tensão e entretenimento de maneira eficaz.

A trama dá continuidade direta aos eventos de Missão Impossível – Acerto de Contas – Parte 1 (2023), em que o agente Ethan Hunt (vivido mais uma vez por Cruise) precisa localizar um submarino russo desaparecido em alto-mar. Seu objetivo é impedir os planos da Entidade — uma inteligência artificial rebelde que, após acumular vastas quantidades de dados, passa a representar uma ameaça global, capaz de desencadear uma guerra nuclear. Em meio a esse cenário apocalíptico, o filme entrega cenas de ação grandiosas intercaladas com diálogos longos, algo já característico da franquia.

Como de costume, a produção leva o espectador a diversas locações ao redor do mundo. Uma das mais memoráveis é o submarino naufragado, cuja atmosfera claustrofóbica e sombria remete diretamente à estética inquietante da nave de ¨Alien, o 8º Passageiro¨ (1979), criando uma sensação de tensão e perigo iminente.

No que diz respeito aos personagens, há algumas adições interessantes e outras menos impactantes. O destaque vai para Tramell Tillman, que interpreta o comandante Bledsoe. Apesar do tempo de tela limitado, sua presença é marcante e ele consegue se destacar com carisma e intensidade. Por outro lado, o vilão Gabriel (Esai Morales), que anteriormente surgia como uma figura misteriosa e ameaçadora, acaba tendo um desenvolvimento aquém do esperado, deixando uma impressão menos poderosa do que deveria.

Para os fãs de longa data, O Acerto Final certamente será uma experiência marcante e emocional. O filme faz diversas referências aos capítulos anteriores e reforça os temas centrais da franquia: lealdade, sacrifício e a luta contra forças que ameaçam o equilíbrio global. Se este realmente for o encerramento da saga de Ethan Hunt, ele chega com dignidade, respeito à história da franquia e um espetáculo visual digno da missão.