Resenhas

Resenha: O Dia do Curinga, por Jostein Gaarder

Livro: O Dia do Curinga
Autor(a): Jostein Gaarder
Editora: Cia. das Letras
ISBN: 9788571645400
Páginas:  384
Ano: 1996
Avaliação: 5/5

Onde Comprar: Compare Preços

Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?”, pergunta à sua mãe certa vez a jovem protagonista de O mundo de Sofia.
Esse é o ponto de partida deste outro livro de Jostein Gaarder, a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento – ou à filosofia.O dia do curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica – e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.

É com grande honra que início mais uma resenha, avaliando um livro do tão aclamado autor de “O Mundo de Sofia” e “O Castelo nos Pirineus”, Jostein Gaarder. Termino uma leitura deslumbrado pela capacidade em busca do conhecimento que Gaarder nos remete em mais um livro.

No enredo conhecemos Hans-Thomas, um norueguês de 12 anos que cruza a Europa (saindo da Noruega à Grécia), com seu pai em um FIAT vermelho, à procura de sua mãe, que fugiu de casa. Nesse tempo o garoto é presenteado com um livrinho misterioso, que ninguém mais poderia ler. Desse ponto, somos transportados para uma narrativa paralela em que mitos gregos, maldições de família, náufragos, cartas de baralhos começam ganhando vidas,  transformando toda viagem em grandes aventuras e momentos de reflexões. Em uma busca por conhecimento- ou uma entrada filosófica para mente do personagem. 

“Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de podermos entendê-lo, seriamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo.”

Esse momento de reflexão junto ao leitor, como um grande presente se você gosta de pensar em diversos assuntos, podendo questionar aquilo em busca de respostas e conhecimento, se preparem, porque o autor levará você a questionar grandes momentos buscando um resultado incrível durante sua leitura. O enredo é narrado pela concepção do próprio personangem, divididos pelos naípes do baralho, junto pelo curinga. Os capítulos são separados pelo conjunto de cartas, e ao início de cada um, apresenta um fragmento do livrinho mágico do garoto. Como a frase empregada nele: A bebida púrpura e a ilha mágica”. Nessa mistura como dita e uma reflexão sobre a ilha mágica povoada pelas cartas do baralho. Um ponto interessante é que cada mês leva um nome de uma carta do baralho, finalizando um ano com 13 meses, 28 dias cada um. Em conta, o ano naquela ilha teria 364 dias, o restante seria o grande dia do curinga.

O fato de nós nos aferrarmos com tanta voracidade ao ”sobrenatural” pode ser explicado por um tipo raro de cegueira, que não nos permite enxergar o maior dos mistérios: o fato de que existe um mundo. Muitos se interessam mais por marcianos e discos voadores do que por todo o enigma da criação que se desenrola bem debaixo dos nossos narizes. Não acredito que o mundo seja um acaso, Hans-Thomas. – Fez uma pequena pausa; depois, debruçou-se sobre mim e sussurrou: 
Acho que o universo é fruto de uma vontade. Um dia você verá que por detrás de todas essas miríades estrelas e galáxias oculta-se uma intenção. 
p.143 e 144

Fiquei pensando o porquê do curinga  ter só um dia. No decorrer, essas dúvidas foram sendo sanadas e minha capacidade intelectual sendo aflorada pela capacidade do autor. Recomendo muito a leitura, um livro antigo de 1996, sendo até hoje, alvo de muitos leitores jovens que usam da prática do autor um empurrão para realização de crescimento em suas vidas.

Uma diagramação incrível pela editora Cia. das Letras, apresentando uma obra viva, onde você conhecerá mesmo o que é ler e viajar entre suas páginas. E apreciem sem moderação sua bebida púrpura, apaixonando pelo Curinga. Uma verdadeira leitura em terras que te afetarão por dentro.
 E se o seu mundo fosse de baralhos? Me digam qual carta vocês seriam???

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

6 thoughts on “Resenha: O Dia do Curinga, por Jostein Gaarder

  • Nunca li nada do autor, mas ja ouvi falar de "O mundo de Sofia"… Esse daqui parece ser bem interessante, não conhecia, vou procurar por ele. Gostei da resenha.

    Resposta
  • Davi Ferreira

    Faz tempo que quero ler um livro do Jostein Gaarder. A ansiedade só aumenta o/
    Esse parece ser bom também , vou querer ler logo.
    Parabéns pela resenha.

    Resposta
  • Eu li o Mundo de Sofia quando estava na escola e gostei bastante. Cheguei a me interessar por esse livro quando ele foi lançado depois, mas acabei perdendo o pique por causa dos estudos para o vestibular!
    Há muito tempo eu não lembrava mais dele!
    Agora fiquei curiosa!
    beijos
    Camis – Leitora Compulsiva

    Resposta
  • thaorteg

    Eu tbm li O Mundo de Sofia há muitos anos e lembro de ter gostado, apesar de ter achado a leitura um pouco densa. Me parece que O Dia do Curinga segue a mesma linha, mas hj me sinto mais preparada para desfrutar melhor desse tipo de leitura. Sempre amei essa capa :}

    Acho que eu seria o 3 de espadas.
    Não sei porque, mas gosto dele…rs

    bj

    Resposta
  • Kazake

    Eu queroooooooooooo!!!
    Que capa linda, e eu amo o coringa, então, compraria só pelo nome e a capa, rs.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.