Resenhas

Resenha: O Dia do Relâmpago, por J J Benítez

download (8)Nome do livro: O Dia do Relâmpago
Nome Original: El día del relámpago
Autor: J. J. Benítez
Tradutora: Sandra Martha Dolinsky
ISBN: 9788542202618
Editora: Planeta Brasil
Ano: 2014
Páginas: 469
Nota: 5/5 + bônus
Onde Comprar: compare preços

 Do mesmo autor da saga Cavalo de Troia, que já vendeu mais de cinco milhões de exemplares no mundo todo A Operação Cavalo de Troia terminou, mas o que de fato aconteceu com o Major quando retornou a 1973? O que é a “Raio Negro”? O general Curtiss foi realmente um traidor? Eliseu morreu com a queda do “berço” no mar Morto ou ele arrumou uma maneira de retornar ao tempo de Jesus? Como os famosos diários do Major entraram para a posteridade? Ao ler O dia do relâmpago, você viverá 101 dias trepidantes. E, mesmo que tente, jamais conseguirá imaginar o que acontecerá em 29 de agosto de 2027… Com este livro, você “viverá o não vivido”.

O Dia do Relâmpago é a continuação da série Operação Cavalo de Troia. Esta série é composta por 9 livros, publicados entre os anos de 1987 e 2011, que juntos contam com mais de 4.700 páginas (dados do Skoob)! A série é um dossiê sobre uma operação ultra sigilosa da Força Aérea dos Estados Unidos, que, ao descobrir uma forma segura de viagem no tempo no ano de 1973, envia um Major e um piloto para o tempo de Jesus, supostamente para comprovar sua existência e sua ressurreição.

Em O Dia do Relâmpago nos deparamos com o Major e sua nave apelidada de “berço” de volta ao ano de 1973 após uma aparente falha e queda no Mar Morto. A partir daí, todas as 469 páginas do livro contam um frenesi palpitante em meio a política, segredos de estado, conflitos de interesse, perseguições, assassinatos, queima de arquivo, mensagens ocultas, muita intuição e alguns comentários acerca de Jesus Cristo, ou melhor, Jesus de Nazaré, como prefere o Major.

Quem não leu a série Cavalo de Troia pode se sentir um tanto quanto perdido com alguns termos e comentários feitos, porém não há necessidade absoluta de ler para se envolver com a trama. Não acontece no tempo de Jesus, não há viagem no tempo e não há encontro com o Galileu neste livro. É um livro eletrizante de perseguição e segredos obscuros que deixa o leitor preso às páginas para conseguir decifrar cada um dos porquês.

A história é montada com base em alguns acontecimentos reais, tais como a Guerra do Yom Kippur, acontecida em 6 de outubro de 1973, quando Egito e Síria iniciaram um pesado ataque militar contra os postos israelenses que protegiam a região de Suez, enquanto a nação judaica se preparava para o Yom Kippur, o “dia do perdão”. Desta forma tudo que perpassa as páginas neste volume, assim como em todos os volumes da Série Cavalo de Troia, dá uma sensação de ‘será que pode ser verdade?’. As discussões políticas, as intrigas apresentadas e os conflitos entre nações são tão bem discorridas que tudo parece ser real e plausível.

Este volume indica como os diários do Major foram criados, para que toda a série Cavalo de Troia pudesse ser publicada. Um fato muito interessante disso tudo é que Benítez ainda afirma que estes diários são verdadeiros, e que lhe foram passados por uma amiga. Inclusive todos os nomes apresentados na trama são codinomes, para preservar os personagens reais dos acontecimentos.

A escrita de Benítez tem uma fluidez incrível. Mesmo em passagens descritivas mais longas, as linhas são absorvidas pelo leitor rapidamente. Além de fluída ela soa um tanto quanto poética em alguns pontos, em especial quando dá vida a objetos inanimados. Em um ponto ao longo da história ele dá uma pista do porquê de sempre enxergar os objetos desta forma. O próprio Galileu disse a ele certa vez que em tudo, tudo mesmo, habita Deus, ainda que seja em um objeto inanimado. Veja no quote abaixo um exemplo:

Fiquei perplexo. “Raio Negro”? O que era isso? Estavam se referindo a essa segunda nave?
O general acabou dando um soco na mesa de vidro, que, sobressaltada, ficou fria de susto.
A fumaça, covarde, fugiu para o alto.
Não tenho certeza, mas acho que na fotografia de Nixon seu sorriso caiu no chão.

No início desta resenha comentei que investigar a real existência de Jesus era ‘supostamente’ o motivo para a Operação Cavalo de Troia. Digo supostamente porque na realidade a intenção era trazer daquela época o DNA de Jesus e outros personagens como Maria ou João Batista para que pudessem ser clonados. O Major, que passa a ser um dos seguidores de Jesus depois de suas conversas com Ele, abomina este intuito e faz de tudo para que seja aniquilado. Para tal, ele recebe uma ajuda de alguém insuspeito e de uma forma incrivelmente elaborada! Cada página tem uma novidade, cada capítulo reserva uma nova surpresa e é simplesmente impossível parar de ler.

Os momentos – poucos – em que Jesus de Nazaré é comentado, sempre é feito com um carinho incrível. Sabe-se que na série que antecede este livro, Benítez sempre apresentou dados absolutamente controversos àqueles dados apresentados pelas religiões, em especial a Católica. Porém o faz com tal maestria que até mesmo os mais carolas podem questionar suas próprias convicções. Benítez apresenta um Jesus mais próximo e mais real, até mesmo neste volume que não tem Jesus como personagem principal.

Em respeito à edição, não encontrei erros, as páginas amarelas facilitam a leitura e a fonte é em tamanho ideal. Apenas em algumas páginas senti dificuldade em ler, devido à impressão estar como que sobreposta. Não sei se somente no meu volume ou em toda esta edição.

A tradução de Sandra Martha é perfeita até mesmo nas notas de rodapé que, aliás, merecem comentário: Algumas notas chegam a ocupar 3/4 da página! Muitas delas fazem referência às edições da série: “Ampla informação sobre esta passagem em Cavalo de Troia ‘X'”. Porém vários outras são verdadeiras aulas de história, ou política ou física. Vale a pena “perder” uns minutos em sua leitura.

Definitivamente, recomendo a leitura! Para quem leu os livros da Operação Cavalo de Troia, porque simplesmente é impossível ficar sem saber alguns dados apresentados aqui. Recomendo também para quem não leu, porque a trama é elaborada de tal forma que o leitor se apaixona por ela, mesmo que alguns detalhes nos passem sem entendimento completo do que se diz.

Renata Avila

Renata Ávila, formada em direito, é apaixonada por livros de diversos temas, sem nunca esquecer dos romances que são os mais desejados. Adora um bom filme e uma boa musica. Gosta de conversar sobre livros, mas surta se falarem mal de Twilight, por ser sua primeira paixão literária e a série que a transformou em uma leitora voraz.

9 thoughts on “Resenha: O Dia do Relâmpago, por J J Benítez

  • Concordo com a Sandra Albuquerque.
    Parece que começou a fase de enrolação. Não gostei muito do final. Acho que poderia ter mais alguns capítulos finalizando de uma vez por todas uma grande série. Ou será que existiram mesmo os diários do Major e Eliseu?

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  • Gustavo Bizarria

    Terminei de ler o livro dias atrás, anseio em ler o Diário de Eliseu,ainda tenho esperança do Benitez escrevê-lo, caso tenha tido “acesso” aos mesmos. Intrigante, fascinante e reflexivo, fechou bem o nono volume de Cavalo de Tróia que havia deixado inúmeras brechas em aberto, mas Benitez sempre deixa reticências em suas melhores obras e a imensa vontade de querer mais.

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  • Élton Vieira

    Adoro os livros da série, mas acredito que são mais livros para serem elaborados é mais dinheiro nos bolsos da editora… A cada dia que inventa mais livros, menos acredito na série…

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  • Mário Elias

    Durante muitos anos de minha vida, tenho questionado incessantemente os porquês da minha fé…
    Nascido em uma família evangélica, aos 12 anos já havia me tornara um professor de escola dominical, dado meu interesse e facilidade em expor minhas idéias. Após, tornei-e líder de mocidade, regente de vozes, só não sendo pastor por não concordar com o que teria que pregar no púlpito.
    Em minha família tive um pastor – meu pai, e dele recebi as primeiras e valiosas interpretações bíblicas “à sua maneira”, que no mínimo me inspiraram a buscar a “verdadeira” verdade.
    Em 1987, após receber a indicação do primeiro Operação Cavalo de Tróia de meu irmão, estava eu no metrô, indo para meu trabalho. Me recordo que lia aquela parte em que o Major está na casa dos Marcos e tem o seu primeiro encontro com Jesus. Não consegui conter as lágrimas. E tampouco me envergonhei por elas. Estava travando meu primeiro contato com a verdade. E não consegui parar mais…
    Busquei um erro, torcendo por não achá-lo… E não achei!
    Estudioso da Bíblia, tendo-a lido por 3 vezes, nada fugiu ao meu olhar crítico, no entanto, sensato.
    Ao repassar meu primeiro volume a um colega de trabalho, que após ter lido e passado para seu pai também ler, comentou-me achar dificil acreditar na viagem no tempo… Mas ele e seu pai, um grande estudioso e praticante das leis kardecistas, criam veementemente que de uma forma ou outra, alguém (Major?) tinha tido “contato” com aquela época e aqueles personagens, mesmo que de forma “espiritual”.
    Sou defensor da viagem ter ocorrido. Embora não sendo um cientista afim, pesquisei muitas fontes envolvendo a possibilidade da viagem no tempo e fiquei perplexo com as teorias de Stephen Hawkins (prêmio nobel da física), ao publicar nos meios científicos, a possibilidade de “inversão” da linha tempo-espaço. Estamos falando de teorias elaboradas por um nobel em meandros de 1987. O que faltava, segundo Hawkin, para essa “teoria” se concretizar, seriam somente os meios, que segundo o autor, estariam ainda décadas de distância de nosso presente (pesquisar na internet : Stephen Hawking e suas três formas de viajar no tempo).
    Também creio que não somos os únicos neste universo sem fim. Creio que já existem conhecimentos de tecnologias avançadíssimas – que fariam nos sentir homens das cavernas – e que só não são reveladas pelo fato de comprometer totalmente nosso tão atrasado parque industrial e econômico mundiais. Basta para tal ver que uma evolução tecnológica implica em até mesmo a recriação de todo um processo produtivo, que interfere inexoravelmente no lucro de quem o detém. Enfim, um impedimento unicamente de ordem financeira, que coloca nossos setores tecnológicos estacionários, até que todo o investimento (e muito mais), tenham tido seu retorno.
    E aí, quando temos a coragem de colocar no que cremos, somos jogados ao chão como ignorantes, teóricos das conspirações, e o pior, nos fazem até mesmo crer que somos tudo isso!
    Mas longe da viagem no tempo, longe dos extraterrestres e dos carros que funcionam à água, tenho que dedicar poucas linhas a esse Jesus…

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  • Mário Elias

    O Jesus da Operação Cavalo de Tróia não foi inventado ou melhorado pelo J.J.Benitez e muito menos pelo suposto Major.
    Ele é o que eu conheço desde criança, não importando como eu o sabia, mas é Ele… Real e verdadeiro…
    Ele não é um deus que se fez homem. É um homem que se descobriu Deus!
    E com esta descoberta, permitiu-nos descobrir em nós mesmos o Deus que somos, a faísca que nos une ao Todo…
    Desde cedo ouvia falar de um Jesus que estaria para voltar, “nas núvens do céu, com poder e grande glória”.
    Algumas centenas de gerações o esperaram antes de mim e Ele não veio.
    Não veio e jamais vira, pois assim como todos no seu tempo acreditavam na vinda de um messias libertador de um povo, nós também temos uma concepção errônea do que Ele queria nos dizer. E isso 2000 anos após seus ensinamentos certos, deturpados por uma nova casta de “fariseus”, cujo aprisionamento ao pecado e consequentes céus e infernos, fizeram vingar o maior investimento de todos os tempos : a religião.
    Não estou aqui tentando pregar uma convicção religiosa ou doentia, estou apenas compartilhando o que existe em meu coração.
    A Verdade é que esse Jesus já retornou milhares de vezes, quando alguns poucos homens entenderam os reais sentidos de sua vinda.
    E é isso que quero deixar aqui.
    Você é um Deus! Talvez inconsciente ainda, mas é um Deus, pois faz parte deste Todo que Ele veio nos mostrar. E somos irmãos, pois descendemos desse Todo. Temos uma vida eterna e pouco importa o que façamos, Deus não nos cobrará de nada. Somos fadados a retornar a Ele e a Ele retornaremos!
    Uma vez um bebê de 2 anos, Lucas, minha paixão aqui na terra, me deu um belo tapa no rosto. E sua mãozinha embora pequena, fez um resultado doloroso.
    Olhei pra ele com muito amor e disse que não podia fazer isso comigo, ao que recebi um caloroso abraço de desculpas, que me reparou qualquer dano mínimo causado pelo fato.
    Alguns meses depois, voltando do trabalho e em minha habitual conversa com meu Amigo, pedi-lhe desculpas por ter dito tempos atrás palavras tão duras àquele deus que não compreendia…
    Como resposta Ele me recordou o passado com o Lucas e me perguntou: vc não o amou em seu “ato” falho? E não o fez somente pelo seu amor? Como eu poderia ser diferente contigo, se eu sou o Amor?
    Perdoe-me aquele que tomei seu tempo, mas esse Jesus voltou pra mim e queria compartilhar contigo.

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  • Odelson

    Boa tarde! Alguém pode me dizer se o segundo livro já está disponível?

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  • Odelson Roberto

    Boa tarde! Alguém pode me dizer se o segundo livro já está disponível?

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  • Olá, bom dia.
    Alguém tem ideia de quando será publicado, em português, O Diário de Eliseu, pois, já o vi em espanhol. Vi comentários de que O Dia do Relâmpago faz parte de uma trilogia… alguém sabe quais são os títulos? e quando estarão disponíveis para nós, brasileiros?
    PS. Eu não li o Dia do Relâmpago, eu quase o comi… rs… enquanto não vi o fim não consegui parar… e isto me deixou mais curiosa ainda acerca do que aconteceu com Eliseu.

    Grata

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  • Rosangela

    Li o primeiro volume há mais de 20 anos, e me encantei. Nenhuma outra obra é capaz de superar essa, em todos os aspectos. Durante muitos anos mantive o forte desejo de que pudesse tratar-se de um fato verídico, e não somente uma ficção muito bem feita. Esse desejo vinha do fato de sempre ter imaginado Jesus de Nazaré muito diferente do que costuma ser descrito pelas religiões. Após ler os 9 volumes, continuo encantada e impressionada com a riqueza de detalhes, as notas históricas, os dados técnicos e científicos. Sem a menor dúvida, é uma obra primorosa e de grande valor. Mas algo me chama muito a atenção: o estilo literário e toda a narrativa. O modo de se expressar, tanto do suposto major americano quanto do autor espanhol, se fundem. Ao longo da leitura, Jasão assume aos poucos uma linguagem meio açucarada, muito poética e romanceada para um homem que passou uma Vida inteira dedicando-se ao exaustivo estudo de assuntos científicos. Quando o autor “interfere” na transcrição do diário, não se distingue mais um do outro, dando a impressão de que ainda é o major fazendo a narrativa. Não creio que isso se deva à tradução do escritor, ou de uma possível influência no major de sua convivência com Jesus de Nazaré, aflorando-lhe a sensibilidade na forma de se expressar. MAS, ainda que se trate de uma ficção, é uma leitura que traz reflexões profundas, transformadoras. Uma obra APAIXONANTE e inspiradora.

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