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Crítica “Todo Dia”

Todo Dia (Every Day, 2018)

Diretor: Michael Sucsy
Roteiro: Michael Sucsy; Jesse Andrews
Elenco: Angourie Rice; Justice Smith; Maria Bello; Michael Cram; Debby Ryan
Diretor de Fotografia: Rogeir Stoffers
Montagem: Kathryn Himoff

 

 Todo Dia é uma história estranha sobre “A”, uma pessoa incomum, que se apaixona por “Rhiannon” (uma garota decididamente comum) em um momento de suas vidas em que questionar sua identidade sexual é natural. Cada manhã “A” acorda em um corpo diferente, porém é sempre alguém da sua idade e nunca acorda na mesma pessoa duas vezes. Sendo assim Rhiannon nunca sabe com quem ela estará namorando na manhã seguinte. Seus conceitos de gênero, monogamia e principalmente atração física tornam-se cada vez mais fluidos.

Esse enredo é interessante e cativante o suficiente para manter o espectador envolvido durante o filme inteiro. De forma leve e sutil o diretor Michael Sucsy em seu longa aborda ideias – filosóficas – profundas sobre a natureza da identidade, orientação sexual, bem como as limitações fundamentais de uma experiência humana individual.

 

Adaptado do livro homônimo escrito por David Levithan, Sucsy e o roteirista Jesse Andrews levam o publico e Rhiannon, em sua jornada ao longo do filme, a entender algumas questões: Como isso aconteceu com “A” em primeiro lugar? ; Como esse fenômeno interferiu no trato social de “A”? ; Será que a psique de “A” foi afetada por esse fenômeno? Essas questões são respondidas de forma lenta e gradual até ao ponto em que Rhiannon deixa de achar assustadora e estranha essa condição e, passa a ver “A”  como um ser único e extraordinário. Sucsy mantém o filme balanceado entre questões complexas e sentimentais de seus personagens porem ágil e descontraído nas situações cômicas e de trivialidades.  A introdução constantemente novos personagens e circunstâncias mantém o filme vivo e envolvente.

A história começa com “A” acordando no corpo de Justin (Justice Smith, “Cidade de Papel”), um adolescente nada notável e egoísta que por acaso é o namorado de Rhiannon (Angourie Rice “Homem-Aranha: De Volta ao Lar’’). Rhiannon e Justin têm um dia perfeitamente romântico juntos, mas para surpresa de Rhiannon o verdadeiro Justin ao voltar na manhã seguinte não se lembra de que foi no dia anterior um amante atencioso que se importava mais com ela do que com esportes. Passados vários dias (de conexões perdidas) “A” explica que algumas pessoas na vida de Rhiannon ultimamente têm sido exatamente a mesma pessoa,  ele próprio. Sua amada imediatamente percebe o quão assustador  e incomum é isso.

Com o enredo de abrir seu coração para muitos gêneros diferentes, tipos de corpo e até mesmo poliamor faz com que o filme fique com algumas pontas soltas e nos faz questionar se a jornada de Rhiannon não foi apenas uma “fase”.  Mesmo assim Todo Dia, o filme, tem um uma premissa bacana aonde questões difíceis são levantadas, mas sem perde o otimismo e os sonhos típicos dessa fase da vida.

Nota: 4/5

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