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Crítica “A Grande Jogada”

A Grande Jogada (Molly´s Game, 2017)
Direção: Aaron Sorkin
Roteiro: Aaron Sorkin
Elenco: Jessica Chastain, Idirs Elba, Kevin Costner, Michael Cera, Jeremy Strong e Chris O´Dowd
Fotografia: Charlotte Bruus Christensen
Trilha Sonora: Daniel Pemberton
Edição: Alan Baumgarten, Elliot Graham e Josh Schaeffer
Direção de Arte: David Wasco

Após perder a chance de participar dos Jogos Olímpicos, devido a uma fatalidade que resultou em um grave acidente, a esquiadora Molly Bloom (Jessica Chastain) decide tirar um ano de folga dos estudos e ir trabalhar como garçonete em Los Angeles. Lá conhece Dean Keith (Jeremy Strong), um produtor de cinema que a contrata como assistente. Logo Molly passa a coordenar jogos de cartas clandestinos, organizados por Dean, que conta com clientes muito ricos e famosos. Fascinada com o ambiente e a possibilidade de enriquecer facilmente, Molly começa a prestar atenção a todos os detalhes para que ela própria possa organizar jogos do tipo.

 

A Grande Jogada é uma historia interessante, na qual você não precisa ser fã de poker para apreciá-la. O filme é o primeiro trabalho do já consagrado roteirista Aaron Sorkin como diretor. Aqui, ele opta em manter seu estilo exaustivo, emocionante e exasperante com que escreve seus roteiros. Os diálogos das personagens são ágeis e contem um volume (quase excessivo) de palavras, mas não chegam a prejudicar seu entendimento, pois são bem claros e em alguns casos chegam a ser didáticos, quando por exemplo Molly Bloom utiliza das regras do poker para explicar seu negocio.

Os recursos narrativos e visuais utilizados por Aaron para contar esse enredo são interessantes, um deles é utilizar a própria protagonista como narradora em off de sua historia criando assim, um senso de proximidade e cumplicidade com Molly. Outro recurso cinematográfico muito utilizado em filmes biográficos é o flashback. Neste ponto o destaque vai para o uso de cores mais quentes indicando passado, em contraste com as cores mais frias do momento atual, em que a personagem de Chastain se encontra. No geral o filme é muito bem filmado e consegue manter a mesma agilidade de seu roteiro em suas cenas, bem como utiliza de elementos visuais e gráficos para explicar o jogo em si ou alguma situação envolvendo algum personagem.

“A Grande Jogada” só foi indicado ao Oscar 2018 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. A atriz apresenta um trabalho digno de indicação ao Oscar na categoria de melhor atriz. Porém,  Chastain retrata plausivelmente uma pessoa ultra-competitiva quando era uma esquiadora de nível olímpico, treinada à beira do abuso por seu pai (Kevin Costner) friamente exigente.  A relação de poder e controle que a personagem dela estabelece com o pai é bem trabalhada e somente em um ponto ou outro o revés dessa relação se torna indulgente de mais. O acidente coloca Molly fora das competições de esqui; no desespero, ela começa a trabalhar como assistente pessoal de um presunçoso produtor em Los Angeles, que faz com que ela administre sua noite regular de poker com outros ricos. Ela o aceita e transforma-o em seu próprio salão de jogo para os elegantes tipos de Hollywood.

Molly atrai homens ricos em seu jogo, mas desvia inteligentemente seus instintos predatórios. Um ator de cinema, conhecido como Jogador  (os boatos dizem ser baseado em Tobey Maguire e, é interpretado aqui por Michael Cera) se torna seu antagonista a partir do momento em que X  assume o jogo. Molly se muda para Nova York – para desafiar X, chamar sua atenção e, derrotá-lo, da mesma forma que ela quer derrotar seu pai. Mas em Nova York, os mafiosos machistas são ainda mais afetados por suas conquistas lucrativas. A Grande Jogada e filme ágil e cativante pela presença Jessica Chastain.

 

Nota: 4/5

4 thoughts on “Crítica “A Grande Jogada”

  • Scarlet Nava

    Excelente post, amei muito o trabalho do elenco sobre tudo Idris Elba. Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Adorei a história e sem dúvida este é umo dos melhores filmes Idris Elba é umo dos grandes atores, porque tem toda a essência do livro mais uma produção audiovisual incrível.

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    • Tatiane Barroso

      Olá Scarlet! Já algum tempo o trabalho de Idris Elba vem se destacando entre o publico cinematográfico. Elba é um excelente ator e mesmo quando o filme não é bom o trabalho dele se destaca. O que mais me chamou a atenção na historia de Molly foi sua força e determinação não se deixando intimidar em qualquer situação. Realmente é uma aventura diretores e atores realizar filmes baseados em livros, principalmente os livros bibliográficos.

      Bons filmes e boa leitura pra você!

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  • Luana Souza

    Olha não sou fã de poker mas me interessei nesse filme, eu gosto muito de olhar a fotografia dos filmes que assisto e essa jogada de usar cores mais quentes para indicar o passado e as mais frias para o presente me deixou bem afim d vê-lo. Eu amei esse elenco, adoro o Michael Cera

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  • Nathalia silva

    O que mais chama atenção além do fato de ser uma mulher nesse mundo aparentemente tão masculino é a relação da personagem com o pai. Essa coisa do poder e controle deve ser algo bem interessante para se acompanhar, que aliada a narrativa em off deve deixar as coisas mais pessoais e tal. Boa dica e crítica.

    Beijos

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