Crítica | Adoráveis Mulheres

Romance e sensibilidade em adaptação de clássico literário

Isabela Rodrigues Setubal

“Adoráveis Mulheres”, inspirado no clássico da literatura de Louisa May Alcott, que já foi adaptado para o teatro, televisão, e até mesmo para a ópera, ganha agora sua adaptação para o cinema em um filme inteligente, sensível e romântico que estreia hoje, 09 de janeiros nos cinemas.

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A trama deste longa se desenvolve de forma não linear, no ponto de vista da escritora Jo, personagem interpretada por Saoirse Ronan. Jo divide sua casa com suas três irmãs e sua adorável mãe, Marmee (Laura Dern), que cuida de suas filhas e da casa enquanto seu marido serve na guerra civil. Cada qual com sua personalidade e peculiaridade, lutam pelos seus sonhos e projetos de forma nobre e graciosa. Uma família de mulheres generosa, com princípios e direcionamento tradicional.

Contextualizado no século XIX, no meio da Guerra Civil, o filme levanta de forma leve uma discussão sobre o lugar da mulher na sociedade, apresentando quatro mulheres de personalidades, sonhos e pensamentos diferentes. Jo, nossa protagonista, sonha em ser uma escritora independente que não quer se casar, vive conflitos oriundos das diferenças entre os homens e as mulheres bem como o papel da mulher na sociedade e ao que ela precisa se submeter caso não tenha dinheiro; Enquanto Meg (Emma Watson), é uma mulher casada, mãe de duas crianças, que vive um conflito interno por seu marido ser pobre e não ter dinheiro para lhe comprar tudo que ela quer. Beth March (Eliza Scanlen) é a mais sensível e sentimental de todas, seu talento é no Piano, onde expressa toda a sua paixão pela vida. A mais nova das irmãs é Amy (Florence Pugh) é uma jovem pintora, que sonha ser uma grande e renomada artista de seu tempo.

Jo se destaca pelo fato de não se conformar com o papel que a mulher exerce na sociedade. Ela defende que os parâmetros e regras que favoritam o homem na sociedade são cruéis e injustos e constrói sua vida e seus pensamentos para fugir deste padrão imposto pela sociedade. O filme trata sobre o direito de escolha da mulher, a mulher e o casamento, seja ela esposa, filha, artista, escritora, música, dona de casa, de uma forma razoável e saudável.

Não tem como ser indiferente. A abordagem do filme permite ao telespectador experimentar uma empatia e se colocar naquele contexto julgando os comportamentos e histórias na perspectiva da liberdade de expressão e de escolhas. Este filme me lembrou Orgulho e Preconceito, que também segue na mesma linha de raciocínio, um romance a frente de sua época.

Ficha Técnica

Adoráveis Mulheres (Little Woman, 2019)
Direção e roteiro: Greta Gerwig (adaptação da obra de Louisa May Alcott)
Elenco:  Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh , Laura Dern, Merryl Streep, Timothèe Chalamet, Eliza Scanlen, Tracy Letts, Bob Odenkirk
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Yorick Le Saux
Montagem: Nick Houy

As irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras.