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Crítica “Com Amor, Simon”

Com Amor, Simon (Love, Simon – EUA, 2018)
Direção: Greg Berlanti
Roteiro: Elizabeth Berger & Isaac Aptaker
Baseado no livro: “Simon vs. the Homo Sapiens Agenda” de Becky Albertalli
Produtores: Wyck Godfrey, Marty Bowen, Pouya Shahbazian, Isaac Klausner
Diretor de Fotografia: John Guleserian
Elenco: Nick Robinson, Katherine Langford, Alexandra Shipp, Josh Duhamel, Logan Miller, Jorge Lendeborg Jr., Tony Hale, Natasha Rothwell, Keiynan Lonsdale, Miles Heizer, Jennifer Garner
Distribuidora: Fox Films
Classificação: 12 anos

 

Com Amor, Simon” é uma obra que merece menção honrosa pelo resultado entregue e pelo valor simbólico que representa. Adaptação do livro “Simon vs. the Homo Sapiens Agenda” de Becky Albertalli, consegue realizar o difícil feito de se igualar ao livro e até se sobressair em várias partes.

Temos a aventura de ‘nascimento’ da sexualidade de um jovem gay de forma leve e positiva. Essa ficção consegue se encaixar na vida de um bom número de pessoas. Nas sessões de teste com o público percebi o efeito dessa proximidade: lágrimas foram arrancadas, sorrisos otimistas permaneceram.

Quando se fala em gay, é muito triste perceber tanto ódio e falta de compreensão emocional frente ao outro. A sexualidade desperta muita controvérsia e ainda é tratada com dúvida, frieza e rancor.

Simon, vivido por Nick Robinson é um jovem americano tipicamente feliz, moderno e engajado. A medida que sua vida passa percebe que algo é diferente dentro de si e quando acontece o primeiro enfrentamento de, ‘sou gay’, o abismo se abre. A forma como ele encara isso é muito leve.

Existe uma infinidade de filmes que já trataram esse assunto, alguns antigos de forma bastante heroica como “Delicada Atração”(Beautiful Thing, 1996). A lista é enorme. Muitos tendem para um final triste ou trágico. Outros, mesmo com finais menos felizes conseguem ser grandiosos como, “Yossi & Jagger” (2002) e “Bubble” (2006), ambos de Eytan Fox, diretor com a audácia de realizar filmes gays fortíssimos em pleno Oriente Médio.

Então, o que faz “Com Amor, Simon” se destacar entre os demais longas que tratam do assunto? Holywood. Pode ser arriscado e prematuro dizer, mas esse é um filme muito engajado na linguagem ‘High School’ que a gigante do cinema explora incansavelmente. Essa oportunidade não é desperdiçada, embora cada minuto do longa é trabalhado com o mesmo rigor de educação dos bons modos americanos como se costuma fazer no gênero sendo que a diferença é o protagonista que é gay. As cenas de conotação sexual não são o foco. Tampouco no livro. Há muito da vida dos adolescentes e essa inserção na vida adulta.

Simon é um adolescente carismático, fiel aos seus três melhores amigos. A mãe psicóloga sempre está atenta, o pai também atencioso e a irmã mais nova fofa, formam uma família ideal . Mas o interessante é o ponto de vista de cada um desses membros serem muito bem explorados. Conseguimos acompanhar pelo olhar preocupado da mãe as mudanças do filho: “meu filho você não tem sido o mesmo Simon feliz de antes”. E o pai? Não é fácil para qualquer pai conceber que seu filho gosta de outros homens, e o pai de Simon é bem honesto a esse ponto e sua decisão em relação ao filho é no mínimo corajosa. A irmã, apesar da idade, surpreende nas sua atenção com o irmão. O fato é que isso tudo ressalta a importância da família e poderia diminuir tantas tragédias configuradas em inúmeros suicídios cometidos por jovens gays.

Nota: 5,1/5

Trailer Oficial:

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

4 thoughts on “Crítica “Com Amor, Simon”

  • Luana Souza

    Filme realmente com roteiro incrível, acho que essa ideia de se passar em um ambiente escolar e na adolescência foi essencial pois é justamente ai que se encontram os Simons do mundo real. Adorei saber que a família também é parte importante nesse filme e espero que ele possa ajudar muitas pessoas.

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  • Nathalia silva

    Já tinha observado que filmes que abordam a homossexualidade tendem a ter um final melancólico e triste. Vejo que Com amor, Simon é diferente. Acho que o principal ponto que o diferencia é a forma como procuraram desenvolver a relação dele com a família, muito mais compreensiva por sinal. Enfim, é uma ótica diferente e muito mais feliz definitivamente.

    Beijos

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    • Vitor Damasceno

      Exatamente ! Acho que os finais tristes dos filmes LGBTQ seguiam uma tendencia da própria realidade, mas isso está mudando, ainda bem ! Abraço!

      Resposta

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