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Crítica “Kong: A Ilha da Caveira”

kong poster 2017

Eu nunca fui fã do monstro mais famoso da história do cinema. Sempre gostei de cinema clássico e sempre fui atrás das origens, inclusive do cinema mudo. Porém, Kong e sua paixão por mulheres louras, bonitas e esbeltas (seria o Kong mais um homem heterossexual com suas preferências?), prédios altos e murros no peito nunca me conquistaram.

Já passei da fase de assistir todos os filmes lançados – a esperança por assistir todos os filmes do mundo de todos os tempos já não me habita mais – e hoje sou muito seletiva com o que assisto. Isso não signifique que não gaste horas refazendo maratonas – de Harry Potter, Friends, Jason Bourne ou qualquer outro favorito -, só significa que eu sou um pouco preconceituosa nas minhas escolhas.

Mesmo não sentindo aquela simpatia pelo Rei Kong, assisti todos os filmes sobre o
personagem. Dos clássicos mudos à refilmagens, incluindo a grandiosa produção de Peter Jackson em 2005. Nunca com expectativas, mas com o sentimento de “quero mais”. Sempre gostei do Kong na cidade, e não em seu habitat natural. Nunca quis saber a lógica de como ele nasceu e mora no planeta terra: ele é um macaco gigante que não esmaga seres humanos quando os pega com as mãos. Não há lógica nisso, então tentar explicar sua origem de um jeito cientificamente plausível é risível.

Mesmo considerando tudo isso, estava louca para assistir Kong: A Ilha da Caveira. Não pela promessa de ação, efeitos especiais, ou pel’O Ex Srta Swift, Tom Hiddleston. Mas sim pela presença de Brie Larson, uma atriz que acompanho a carreira, desde antes da vitória do Oscar, em 2016, por “O Quarto de Jack”. Brie foi contratada para o filme antes do lançamento de “O Quarto de Jack”, então apesar desta ser sua primeira aparição pós Oscar, não foi o primeiro filme que ela efetivamente consegui após a premiação. Ou seja, quando assinado o contrato, ela ainda estava em fase de afirmação, o que justifica sua presença nesse tipo de filme tão diferente do drama que a projetou. Esse filme não exigiu seu talento como atriz, e sim seus atributos físicos. Mesmo assim, fez o possível e fez bem, e mal posso esperar pelo seu verdadeiro teste: ser a Capitã Marvel.

Kong: Ilha da Caveira é um filme divertido. Foi feito para ganhar milhões na bilheteria com o lendário Rei Kong, o vilão-herói animal mais antigo e icônico do cinema. Acredito que cumpre seu papel com louvor, justamente por sempre se ater ao seu objetivo final: entreter. Os nomes de peso no elenco visam o público, não uma atuação de qualidade (não há qualquer espaço no roteiro ou na direção para isso). Os efeitos visuais visam a imensidão das caras salas de cinema IMAX, não o primor da arte tecnológica. O roteiro busca divertir, não enlaçar. Até mesmo a escolha temporal – anos 1970 – é muito mais por possibilidades de exploração comercial (trilha sonora, Nixon, Vietnã) do que importância à história.

O lado positivo do filme é que o tempo passa e você não vê. Começa e logo engata uma marcha acelerada, com ação atrás de ação, susto atrás de susto, animais atrás de animais, lutas atrás de lutas, que não deixam tempo nem para respirar.

Algumas coisas são realmente difíceis de aguentar, como as tentativas de humor. O personagem do Tom Hiddleston explicando ao náufrago John C. Reilly que eles estão lutando uma Guerra Fria, é algo tão anacrônico e absurdo que se tornou o momento mais cômico do filme. Pondero como negativa, a impressão que tive de que uniram vários elementos, na tentativa de algum “colar”. A óbvia relação do náufrago da 2ª guerra com o Melhor amigo japonês, seu antigo inimigo; Guerra do Vietnã; jornalismo de guerrae, o boneco do Nixon. Samuel L. Jackson sedento por sangue; lagartos nojentos e, Kong pisando em tudo e todos, usando armas para lutar. Roupas coladas, na atriz principal; conhecimentos científicos salvando o dia e reencontro de pessoas… Enfim, de tudo um pouco.

Só posso dizer “Querido Billy… boa tentativa, mas foi quase lá!”

Considero que o melhor foi a  maquiagem dos nativos da ilha – pois era muito convincente-, mas prefiro dar esse crédito ao seu ritmo de ação, acelerado, que faz o tempo voar e não permite que o espectador pisque. O Pior, que para mim foi uma escolha difícil, é a aleatoriedade da década em que o filme se passa. Nem o figurino combina.

Vale o Ingresso, dependendo do valor do ingresso e do que você deseja. Se você gosta de ação, efeitos visuais, lutas, desafios, um bom e velho blockbuster... então esse filme foi, literalmente, feito para você! Caso contrário, é melhor ligar a Netflix e refazer aquela maratona de um filme já conhecido, que não tem erro…

Alice Bertucci

Alice Bertucci, coordenadora de cursos de Educação à Distância, descobriu a leitura logo cedo, mesclando clássicos da literatura, romances best sellers com uma certa preferência para autoras britânicas, e sem esquecer um bom suspense policial. Adora cinema, circuito de premiações, e clássicos de Hollywood. Nas horas vagas, monta quebra cabeças e cuida de seu cachorro, um chihuahua ranzinza chamado Peri.

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