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Crítica | Medo Profundo: O Segundo Ataque

Medo Profundo (47 Meters Down: Uncaged, 2019)
Direção e roteiro: Johannes Roberts, Ernest Riera
Elenco: Sophie Nélisse, Corinne Foxx, Sistine Rose Stallone, Brianne Tju, Brec Bassinger, John Corbett, Nia Long, Davi Santos, Khylin Rhambo

Sinopse: Presas nas profundezas do oceano, e cercadas por tubarões-brancos, duas irmãs terão que lutar contra o tempo para permanecerem vivas; mas com apenas uma hora de oxigênio e os predadores rondando, as chances se tornam cada vez menores.

 

*escrito pelo colaborador  Marcello Ananias

 

O filme se ambienta em cenário paradisíaco situado no México, suas paisagens despertam grande interesse no espectador por conta própria, e o filme mostra saber disso. Se faz valer de fotografias e takes dignos de clipes musicais dos anos 2000, com direito a cenas de jovens super empolgados, grandes sorrisos brancos e uma trilha sonora animada. Porém esses elementos sozinhos não seguram o longa, e logo começam a ficar exacerbados e a ambientação vai despertando menos impacto.

A premissa do roteiro é muito interessante, diga-se de passagem ainda mais interessante que a do primeiro filme da franquia. Apresenta personagens com motivações muito mais plausíveis, com conflitos internos e até uma certa estrutura que se propõe a apresentar algum questionamento sutil sobre questões mais sérias, que acabam se perdendo nos estereótipos fáceis e rasos.

Seguindo por essa lógica a trama se desenrola através de um tom explicitado, com personagens que fazem questão de verbalizar para os espectadores todo o subcontexto que a cena por si só já mostraria com êxito, já que o filme não conta com grandes construções ficcionais para além dos sustos que provoca.

O filme se propõe a ser um filme de jumpscare, e obtém sucesso nisso. Pois não constrói suspense, não causa medo além dos sustos do qual faz tanto uso e chega ao terceiro ato também sem conseguir um fechamento da trama que prenda quem está vendo o filme. Dado um certo momento as personagens já não evocam a tensão do espectador sobre o risco que podem estar correndo, pois seu protagonismo deixou claro que mesmo de formas surreais elas não realmente correm perigo.

Inicialmente a obra conta com elementos que fazem fáceis as comparações com uma mistura do marcante Do Fundo do Mar (1999) e de O Abismo do Medo (2005). Trazendo uma boa estética visual, personagens e enredos próprios, mas acaba por se perder em exageros, furos e caminhos fáceis.

 

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