Filme: “O Primeiro Homem”

O desejo do homem de pisar pela primeira vez na lua parecia algo acima da capacidade da época. Um projeto com inúmeras justificativas e teorias conspiratórias. Muitos profissionais incríveis foram envolvidos. O interessante é que as imagens desse acontecimento não possuem a mesma força que a voz de Neil Armstrong definindo o momento: “Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”.

“O Primeiro Homem” não é um filme qualquer. Ele consegue entrar no terreno do documentário mostrando detalhes técnicos como os testes dos pilotos, onde vidas eram perdidas ocasionalmente. Consegue entrar na vida familiar dos pilotos, na amizade entre eles e na disputa pelo protagonismo. Não bastando isso coloca a perda de um familiar como fator dramático na história de forma muito bonita.

Mas o que realmente merece aplauso é como Neil Armstrong é apresentado. O primeiro homem a pisar na lua. É provável que a maioria das pessoas não façam ideia o que um personagem histórico como esse viveu. Pois, para que você alcance lugares que ninguém chegou é necessário fazer o que poucos fazem. Armstrong é incrível. Seu controle emocional é invejável. Concentração e foco é o ar que ele respirava.

Tudo isso fica absolutamente muito claro para quem assiste. Mérito também do ator Ryan Gosling que incorpora esse personagem e presta um grande favor para a própria história, pois certamente a frase icônica vai ter um peso muito maior quando você sair da sala de cinema.

O conjunto de escolhas cinematográficas bem feitas com cenas muito sensoriais e um grupo de atores ótimos remete nossa atenção a esse jovem diretor Damien Chazelle que entrega uma cinebiografia documental de respeito. É um filme que consegue condensar uma quantidade grande de informações de aeronaves, física, política, opinião pública, balanceando com um herói misterioso e carismático. Até sutil homenagem ao clássico “2001 Uma Odisseia no Espaço” é percebido em pontuais momentos na trilha sonora e enquadramentos.

Uma coisa chamou muito atenção. Como é difícil compreender pessoas excepcionais como Armstrong. Nem mesmo sua esposa conseguia entender algumas de suas nuances. Existe um mundo próprio dessas pessoas que provavelmente é o refugio do guerreiro. E repito, é incrível isso ser perceptível a nós o que ressalta o mérito do diretor.

Nota: 4,5  de  5