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Livro: F*deu Geral – Mark Manson



Nome do Livro: F*deu Geral
Nome Original: Everything is fucked
Autor(a): Mark Manson
Editora: Intrínseca
Tradutor: Giu Alonso, Jaime Biaggio
Ano: 2019
Páginas: 224
Onde Comprar: Amazon

Vivemos em uma época interessante. Materialmente, nunca estivemos melhor – temos mais liberdade, mais saúde e mais riqueza do que em qualquer momento da história da humanidade. No entanto, tudo ao redor parece terrivelmente f*dido: aquecimento global, governantes horrorosos, economia em crise e todos constantemente ofendidos nas redes sociais. Temos acesso a tecnologia, educação e comunicação de maneiras que nossos ancestrais jamais sonhariam e, mesmo assim, sentimos essa desesperança esmagadora. O que está acontecendo, afinal?Se você também está se fazendo essa pergunta, o livro de Mark Manson é sua próxima leitura obrigtória. Em A Sutil Arte de Ligar o F*da-se, Manson, de maneira brilhante, deu forma à ansiedade que permeia a vida moderna – agora, em F*deu Geral, ele desvia seu olhar das falhas inevitáveis de cada indivíduo para as inúmeras calamidades que tomam o mundo. Ao trazer desde pesquisas psicológicas a pérolas da sabedoria atemporal de filósofos como Platão e Nietzsche (e Tom Waits), Manson disseca religião e política e trata de como as duas, desconfortavelmente, vieram a se assemelhar. Também explora nossa relação com o dinheiro, o entretenimento e a internet, e desafia de modo franco nossas definições de fé, felicidade, liberdade e, até mesmo, a própria definição de esperança.

Se em seu livro anterior, A sutil arte de ligar o f*da-se , Mark Manson conquistou uma legião de fãs norteadas por suas reflexões cruas, intensas e muito desaforadas acerca de como vivemos e como vemos a vida em si. Agora, em F*deu Geral promete ele ser mais impactante quanto ao livro anterior que o casagrou nos países aqui lançados. O livro traz reflexões filosóficas, sociais e políticas, não deixando de lado a ironia que já conhecemos ser a caricatura do próprio autor.

No livro vamos encontrar um estudo sobre a natureza humana, o que se esconde por trás de nossos impulsos, nossos hábitos e até no que pensamos. Um lado mais frio como vemos o mundo, lhe damos com os nossos sentimentos e o enfrentamos por nossos ações. O autor trabalha muito a questão que ele logo destaca: a esperança. Ela precisa ser um motor, uma causa de toda as nossas ações.

A sua linguagem coloquial foi outra forma que me chamou bastante a atenção e sua forma meio que despretensiosa de falar, por aqui tudo isso retorna. Alguns argumentos o leitor precisa ouvir a até sentir. A forma de lhe dar com a dualidade, é algo importante dentro do livro, como se ele conversasse com o cérebro pensante e mostrasse caminhos para que mudemos a nossa forma de ver as coisas e até mesmo de buscar soluções.

Uma parte interessante do livro é a questão da religião, contrapondo com a fé. Manson coloca três tipos de religião: a espiritual, a ideológica e a interpessoal, trabalhando por várias páginas as mesmas. Mostrando como em alguns momentos o poder de nos puxarmos para algo que não é verdadeiro, algo que se torna então meio que manipulado e de como algumas religiões estão manipulando a cabeça das pessoas. Percebo em muitas Igrejas protestantes, diminuindo a nossa Igreja católica com o que realmente é ela.

A esperança é o que nos move, uma ação de todo o pensamento e escolha. É o ter a esperança em algo, uma coisa que move a humanidade e que dá então sentido à própria noção que temos de humanidade. O autor conduz o leitor para esse caminho, o de realmente entender o significado da esperança.

Diferente de alguns outras livros de auto-ajuda, e aqui entendendo perfeitamente que é e não é o desempenho do autor em falar de infelicidade e dores, mas o ser humano se torna infeliz quando não sente que está tudo bem. Mesmo ele discorrendo sobre o tema, deixa claro que o nosso foco precisa ser na dor, pois o que é importante é apontado por ela, é na dor que o ser humano se move para algo melhor. Se torna preciso ter a consciência que algo não está bem e que precisa mudar, isso não é negativo, é o essencial que promove a mudança de todo ser humano.

Percebo que em outros livro de autoajuda, o autor não mede as palavras como acontece, para minimizar essa dor ou fantasiar uma realidade que não queremos enxergar vivendo em um mundo moderno. Os palavrões e algumas expressões nos faz acordar, a linguagem coloquial entendi que se torna necessária, nem todos possuem uma ideia de linguagem culta. E é por isso que o livro anterior fez tanto sucesso.

Senti uma leitura mais arrastada por aqui, porque não me passou uma certa agilidade como no livro anterior. Muitos assuntos eu já entendia, então para minha pessoa não teve tamanha novidade, mas é um livro de autoajuda moderno. Devemos buscar lê-los nos tempos que estamos vivendo, em que a verdade sempre se torna mascarada por ideologias, e as pessoas condenam o seu sucesso, pelo retrocesso que estão vivendo porque não querem e não desejam sair de sua zona de conforto. Mesmo para ter esperança é necessário acima de tudo ter ação para que a mesma se torna realidade. Em muitos momentos, nos perdemos nesse caminho.

A editora Intrínseca retoma uma diagramação digna do livro anterior. A capa é muito bonita e se torna parte de uma coletânea. Quem sabe, e acredito que o autor deve lançar um outro tema em breve, já que nossa contemporaneidade traz grandes mudanças em suas 24h.

Livros do mesmo autor:

A sutil arte de ligar o f*da-se

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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