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Mare Nostrum (2018)

Mare Nostrum (2018)

Distribuidora: Imovison

Direção: Ricardo Elias

Roteiro: Ricardo Elias, Eneas Carlos e Claudio Yosida

Elenco: Silvio Guindane, Ricardo Oshiro, Carlos Meceni, Lívia Santos, Ailton Graça, César Mello, Vera Mancini, Edson Kameda, Teka Romualdo

Diretor de Arte: Ana Mara Abreu

                                                         Montagem: Willem Dias

Roberto e Mitsuo voltam ao Brasil no mesmo dia, depois de longa temporada morando fora. Suas vidas se cruzam por conta de um terreno negociado por seus pais no passado. Sem dinheiro, os dois veem no terreno uma possibilidade de se acertarem financeiramente. No entanto, alguns eventos fazem com que eles acreditem que o terreno é mágico. Como uma fábula, o filme nos mostra que para se obter alguns desejos, é preciso abdicar de outros.

Mare Nostrum é um daqueles filmes que quando você sai do cinema ele ainda fica um tempo com você.  Eu particularmente gosto muito de filmes assim, pois sempre me pego pensando nas outras possibilidades que o personagem teria se tivesse tomado determinada atitude ou se tivesse dito algo diferente.

No filme acompanhamos a saga de Roberto (Silvio Guindane) e Mitsuo (Ricarso Oshiro) dois diferentes, mas com trajetórias diferentes que estão unidos por um passado em comum. Roberto regressa ao Brasil após não ter sucesso profissional na Espanha. Residindo em São Paulo ele tem que cuidar da filha e de um terreno do pai. No mesmo de sua chegada o jovem descente de japonês Mitsuo (Ricardo Oshiro), desembarca no Brasil após o trágico tsunami não Japão no qual se viu sem casa e sem dinheiro.

A identificação com a historia e os personagens é quase que imediata, uma vez que alguns dos dilemas que ele enfrenta são comuns na vida de todo mundo. O que contribui para essa identificação com os personagens é o belíssimo trabalho de atua do elenco.  A atuação Guindane está formidável no filme, ele consegue transmitir de forma real seus sentimentos paternos, sua preocupação em relação ao futuro e suas frustrações enquanto escritor. O personagem de Oshiro não seja a ser propriamente um vilão, ao longo de filme entendemos a suas motivações e desejos. Outro destaque é a atuação de Lívia Santos, que a faz a Beatriz. Lívia consegue transmitir os sentimentos típicos de uma adolescente no tom certo sem afetações.

Talvez o maior acerto de filme seja protagonismo negro e asiático. Tanto o personagem do Roberto quando de Mitsuo que não estão limitados a sua etnia.  Usando a palavra do momento ambos são empedrados.  O longa dirigido por Ricardo Elias peca ao não explorar os elementos fantásticos que ao longo da trama nos são apresentados.  Há também alguma incoerência e inconsistência no roteiro, mas não chegam a prejudicar o desenvolvimento da trama.

Nota 4,5/5

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