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Mussum, O Filmis | Crítica

“Mussum: O Filmis” é uma obra cinematográfica que consegue habilmente alternar entre os extremos da comédia e do drama, explorando a vida do icástico personagem de Mussum. Esta película é uma verdadeira tour de force, destacando-se principalmente pelas impressionantes atuações de Yuri Marçal, que interpreta o jovem Mussum, e Ailton Graça, que assume o papel do Mussum mais velho.

Yuri Marçal incorpora de forma magistral a essência cômica de Mussum, capturando com precisão suas peculiaridades, seu senso de humor único e a habilidade de fazer o público gargalhar. Ele traz à vida o lado engraçado do personagem de forma autêntica e cativante.

Por outro lado, Ailton Graça oferece uma atuação emocionante como o Mussum mais velho, explorando as camadas mais profundas do personagem. Ele nos leva a uma jornada emocional, revelando o drama vivido por Mussum ao longo de sua vida, incluindo suas lutas e superações.

O filme não seria completo sem as notáveis interpretações de Neuza Borges e Cacau Potássio, que desempenham os papéis das respectivas mães do Mussum jovem e mais velha. Elas adicionam profundidade e contexto à história, oferecendo insights valiosos sobre as influências e relacionamentos familiares que moldaram o personagem.

“Mussum: O Filmis” é uma obra que equilibra habilmente as esquetes dos Trapalhões, que são uma parte inseparável da cultura humorística brasileira, com a narrativa sobre a vida de Mussum. O filme consegue transitar suavemente entre esses elementos, proporcionando uma experiência cinematográfica envolvente e memorável.

A adaptação cinematográfica de “Mussum: O Filmis” apresenta um complemento valioso ao livro “Mussum Forévis” de Juliano Barreto, lançado em 2021 pela editora Leya. Enquanto o livro proporciona uma visão mais aprofundada da vida de Mussum por meio das palavras e imagens, o filme é capaz de dar vida a essas memórias de maneira vibrante e envolvente. A junção do conteúdo literário e cinematográfico cria uma experiência completa para os fãs do lendário comediante.

Além disso, o filme dialoga de maneira habilidosa com o documentário “Mussum: Um Filme do Cacildis“, dirigido por Susanna Lira e lançado em 2019. Enquanto o documentário explora aspectos documentais da vida de Mussum, revelando sua importância cultural e sua trajetória nos Trapalhões, “Mussum: O Filmis” mergulha mais profundamente na persona do personagem e nas nuances de sua jornada pessoal. A complementaridade entre essas obras permite uma compreensão mais rica e completa da vida de Mussum, enriquecendo ainda mais a narrativa.

Essa integração entre livro, documentário e filme demonstra a relevância duradoura do legado de Mussum e sua capacidade de cativar o público de diferentes maneiras ao longo do tempo. “Mussum: O Filmis” se destaca como uma homenagem sincera e multifacetada a esse ícone do humor brasileiro, proporcionando uma experiência única e memorável que enriquece o entendimento da vida e obra desse grande artista.

O Danado do Samba

A trilha sonora do longa é verdadeiramente uma parte essencial da experiência cinematográfica, desempenhando um papel significativo na narrativa do filme. A maneira como a música acompanha a jornada de Antônio Carlos Bernardes Gomes, desde sua infância descobrindo o samba, é uma expressão vívida da influência cultural e musical que moldou o personagem Mussum.

As fabulosas aparições de artistas renomados como Alcione, Elza Soares e Jorge Ben e Cartola na história acrescentam uma camada extra de autenticidade e riqueza à narrativa. Suas contribuições musicais não apenas enriquecem o pano de fundo sonoro do filme, mas também destacam a importância de Mussum na cena musical brasileira e sua conexão com figuras icônicas do samba e da MPB.

Além disso, a jornada de seu grupo, Os Originais do Samba, que é uma parte relevante da cultura brasileira e da história de Mussum, é capturada de forma envolvente na trilha sonora. A música desempenha um papel fundamental na expressão das experiências e emoções compartilhadas por esse grupo musical, demonstrando como a música foi uma parte vital da vida de Mussum e de sua identidade como artista.

Em resumo, a trilha sonora não é apenas um acompanhamento musical, mas um elemento narrativo por direito próprio. Ela enriquece a história, sublinha a influência do samba na vida de Mussum e presta homenagem à rica herança musical brasileira, com a contribuição de artistas notáveis. Juntamente com as atuações magistrais e a narrativa equilibrada, a trilha sonora torna este filme uma experiência cinematográfica verdadeiramente cativante e preciosa.

Em resumo, “Mussum, O Filmis” é uma celebração da vida e carreira de um dos maiores comediantes brasileiros. Com atuações notáveis, uma narrativa emocionalmente rica e uma abordagem equilibrada entre comédia e drama, esta produção é um tributo digno a Mussum e uma experiência imperdível para fãs e apreciadores do gênero.

FICHA TÉCNICA:

Mussum, O Filmis

Ficção, 125 min, 2023

Direção: Silvio Guindane

Roteiro: Paulo Cursino

Produção: Camisa Listrada

SINOPSE

“Mussum: O Filmis” narra a trajetória de vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes, indo muito além do Mussum que o grande público conhece: a infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira, o sucesso com os Originais do Samba, além de bastidores d’Os Trapalhões.

ELENCO

Ailton Graça, Yuri Marçal, Thawan Lucas Bandeira, Cacau Protásio, Neusa Borges

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