Resenhas

Resenha: A Rainha Vermelha, de Victoria Aveyard

A_RAINHA_VERMELHA_1434473047449028SK1434473047BNome do Livro: A Rainha Vermelha
Nome Original: The Red Queen
Autor: Victoria Aveyard
Tradução: Cristian Clemente
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765695
Páginas: 424
Ano: 2015
Nota: 2,5/5
Onde Comprar: Amazon

A Rainha Vermelha – O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.

Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe – e Mare contra seu próprio coração.

“Todo mundo pode trair todo mundo” é a frase que melhor descreve as situações vivenciadas pela personagem Mare Barrow no livro. Com uma mistura de Avatar- The Last Airbender e A Seleção, A Rainha Vermelha não surpreende mas apresenta uma personagem capaz de ir em frente com as escolhas mais difíceis.

Mare Barrow vive em um mundo onde as pessoas são divididas pelo sangue. Quem possui sangue vermelho como o dela nasceu para servir àqueles que tem o sangue prateado. Os vermelhos precisam encontrar uma ocupação que seja útil aos prateados até completarem dezoito anos, quando aqueles que não conseguem um trabalho são mandados à guerra. Mare vive à sombra dessa guerra, pois tem quase dezoito e não sabe fazer nada além de roubar. Os altos postos na guerra são reservados aos prateados, portanto todos os vermelhos recrutados serão simples soldados rasos que irão direto para a linha de frente, com a chance de sobrevivência bem pequena. Com esse tipo de perspectiva à frente, Mare é uma pessoa triste, com o peso da pobreza e da perda em suas costas. Acostumada a injustiças mas não totalmente derrotada por elas, ainda tem esperanças de salvar a sua família de alguma forma, com o pouco que consegue roubando. É uma personagem forte devido as provações, mas também sarcástica e chata.

“Os deuses ainda governam. Ainda descem das estrelas. Só não são mais gentis.” (Pág 16)

Nesse livro somos apresentados a pessoas acostumadas a praticamente escravizarem outras por considerarem que esta é a sua natureza, a de servirem. Quem é prateado possui poderes de manipulação de elementos ou outras coisas (tipo X-men, eles tem até uma sala de treinamento) como manipular a água, o metal, a mente das outras pessoas, ter força sobre-humana, e essa superioridade física é que amedronta os vermelhos para que estes continuem sendo subjugados. Porém Jogos Vorazes já nos ensinou que quando se rebelam, os fracos podem ter muita força, só precisam de um catalizador e aqui não é diferente.

As intrigas políticas são abordadas de forma superficial, mas o pouco que nos é fornecido já permite que montemos o quadro da situação do mundo distópico em que vivem os personagens. A autora consegue amarrar a trama até o final do livro, sem deixar pontas soltas a não ser o gancho para o próximo. O livro tem bastante ação e muitas coisas acontecem durante a trama, sem que a narrativa se detenha muito em partes enfadonhas como jantares ou bailes na corte. Apesar de existir um triângulo (ou seria um quadrado?) amoroso, o romance fica em segundo plano e só existe porque há cenas de beijo, já que “romance” mesmo não há. Os personagens são clichês e você não precisa saber muito sobre eles para saber sobre suas personalidades: O rei que tenta manter seu reino funcionando, a rainha malvada, o príncipe herdeiro que é o menino dos olhos do rei, o príncipe mais novo que não chegará a ser rei, etc. Isso faz com que a história seja muito previsível.

Minha maior reclamação fica sendo que mesmo narrado em primeira pessoa senti que o livro era impessoal, porque as emoções de Mare não são muito exploradas, somente as suas mudanças de ideia ou humor. Sabemos muito pouco sobre o que ela sente de verdade e apesar de a trama ter sido previsível, os sentimentos da personagem não são, mesmo que estejamos dentro da cabeça dela. Mesmo que ela acredite que está romanticamente interessada por outro personagem, nem suas atitudes e nem seus pensamentos nos transmitem isso, deixando esse tipo de reação muito forçada quando acontece. Mare fica sendo uma contradição porque hora é fria, hora é explosiva, hora se importa, hora quer mais é que quem a incomoda morra. Ficou difícil entender quem é Mare Barrow, porque parece que a autora quer me fazer acreditar que ela é uma boa pessoa que se importa com os outros, mas me mostra uma garota egoísta, manipuladora e inconsequente.

A capa do livro é linda, prateada com a coroa banhada de sangue vermelho em relevo assim como o título. O tamanho da fonte e espaçamento estão confortáveis. Não encontrei nenhum erro de digitação ou português. Infelizmente minha edição chegou um pouco amassada e arranhada pelo transporte dos correios e acredito que a capa metalizada ajude a deixar esse tipo de defeito mais evidente. O livro vem com um marcador na orelha, porém este não é destacável, sendo preciso que você o corte do livro se quiser usá-lo.

Para quem já leu outras distopias esta será só mais uma, pois não trás nada de novo. Mas se você ainda não engrenou nesse mundo, recomendo a leitura pois o livro está bem escrito, com bastante ação; se não leu muitos outros livros do gênero este poderá lhe trazer surpresas, pois existem reviravoltas na trama e “todo mundo pode trair todo mundo”.

Franciely

É estudante de Letras por falta de melhor opção (já que não se pode ser somente estudante de literatura), leitora por prazer, amiga dos animais, viciada em internet e resenhista porque gosta de experimentar coisas novas.

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