Resenhas

Resenha: O Teorema Katherine, por John Green

O_TEOREMA_KATHERINE_1363454480PNome do livro: O Teorema Katherine
Nome Original: An Abundance of Katherines
Autor(a): John Green
Tradução: Renata Pettengill
ISBN: 9788580573152
Páginas: 304
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Avaliação:5/5
Onde comprar: Compare Preços

Após seu mais recente e traumático pé na bunda – o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine – Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Toda vez que citamos John Green, nossos corações vão a mil. Suas formas reais de brincar e ao mesmo tempo passar uma informação aos seus leitores é sempre visível em suas obras. Como aconteceu em A Culpa é das Estrelas, lançado no ano passado (2012), a editora Intrínseca retorna com seu mais novo lançamento: O Teorema Katherine.  Diferente do outro livro, aqui iremos conhecer Colin Singleton , um ex- garoto prodígio (podemos falar de pessoas que aprendem mais rápido, pegam o conhecimento com mais facilidade, absorvendo em um grau maior do que outras pessoas) adora anagramas, é muito inteligente e, por ser nerd possui uma grande dificuldade em socializar com outras pessoas. No colégio conseguiu fazer uma única amizade, com seu amigo Hassan.

” Já teve dezenove namoradas. Todas chamadas Katherine. E todas elas- cada uma, individualmente falando- terminaram com ele. “

” Namoros, no fim das contas, acabam de um só jeito: mal. Se você pensar bem, e Colin sempre fazia isso, todo relacionamento amoroso termina ou em (1) rompimento, (2) divórcio e (3) morte…”

Colin levou dezenove pés na bunda de suas ex-namoradas que por coincidência chamam todas Katherine. Agora o garoto está muito mal, porquê sua décima nona Katherine (K-XIX) foi a que mais durou e pelo que tudo indica a grande atração entre elas e o garoto é sua inteligência que logo parece acabar.  Como a K-XIX feriu muito o seu coração, deixando-o deprimido, ele e seu melhor amigo Hassan caem na estrada. Dirigindo seu Rabecão de Satã, sem destino certo, eles irão parar na pequena cidade de Gutshot, situada no Tenessee. Acreditam que o destino foi guiado para àquela pequena cidade pela sua fraqueza e erros de como ele levou o relacionamento com sua Katherine.

“Ela terminou com ele no oitavo dia do décimo segundo mês, vinte e dois dias antes de completarem um ano de namoro”

Sua primeira vontade era visitar o túmulo do arquiduque Francisco Ferdinando, que foi um marco na história, quando ele têm seu momento “eureca” e começa a trabalhar sério no Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines para comprovar até quando um relacionamento vai terminar antes que o próprio casal conheça.

” É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela. “

Sabe quando você fica doido para ler um livro que você quer muito? Sua sede de absorver todo o conteúdo é tamanha, que fica o dia todo lendo o livro para tomar conhecimento do que o autor pretendeu transmitir? Foi o que aconteceu em mais uma obra de Green, a ironia e imprevisibilidade do autor leva para seu público leitor toda vontade de brincar com seus personagens e ao mesmo tempo levar um tapa na cara pelo que ele pretende transmitir para nossa vida real. A escrita do autor tornou mais sátira, intelectual e muito real na junção de formas matemáticas, teoremas, anagramas, ou seja, seu humor mais dinâmico.

“Para começar, transformar conceitos em números era um tipo de anagramatização à qual não estava acostumado. Mas ele se sentia confiante. Nunca fora tão bom assim em matemática, 30 mas era um maldito de um especialista mundialmente famoso em levar o fora das namoradas.”

Hassan, melhor amigo de Colin, é outro personagem que marcou todo o enredo. Com suas piadas, e suas metáforas, como: “fugging” – que repassa todo o momento cômico na trama. A lealdade dele com seu amigo é outra prova que o autor passa ao leitor de como valorizar aquele(a) que está do seu lado. Lindsey Lee Wells, foi outra personagem que teve seu momento, é com ela que nossos personagens passam o maior tempo, seu ar caipira, em seus diálogos meio “mineirizados” como o famoso “cê”, não prejudica no entendimento da narração, pelo contrário, deixa a leitura mais atrativa e vistosa por se tratar de personagens novos e de uma cidadezinha pequena. Os outros personagens como a Hollis, Starnes, Colin (namorado da Lindsey) ou OOC também marcam suas passagens dentro do enredo.

” – Eureca- ele disse, e só após falar foi que percebeu que havia acabado de sussurrar pela primeira vez- Eu me dei conta de uma coisa- falou em voz alta- O futuro é imprevisível.”

A narrativa em terceira pessoa é um outro ponto que marcou todo o enredo, deixando os pensamentos de Colin mais reais – contribuindo para não deixar o livro só preso na perspectiva de Colin,  o autor ainda entra nos rodapés onde ele interage com o leitor (narrador/leitor). Ainda junta em suas notas fatos do passado com o presente, elucidando momentos de Colin com suas Katherines. O que mais chamou minha atenção como já citado acima pela capacidade do autor brincar e ao mesmo tempo transmitir algo ao leitor, entra em sua relação como algumas pessoas gostam de ser lembradas como famosas, o modo que os meios de comunicação tentam nos moldar com à sociedade. Nunca devemos deixar de ser ou esquecer nossas raízes pelos acontecimentos, somos seres humanos e nunca seremos iguais à outras pessoas.

A editora Intrínseca, retorna com mais uma obra digna de muito sucesso. A tradução de Renata Pettengill, foi um grande desafio em entender todos os teoremas, expressões, anagramas expostos pelo autor ao adaptar  na linha brasileira. A finalização, capa e ilustração, foram fatores que contribuíram no acabamento final. Por fim, quando achamos que o enredo acabou, Green volta com um apêndice, explicando para seus leitores como Colin chegou ao teorema final, nas mãos de Daniel Biss, professor- assistente da Universidade de Chicago, palco e onde mora Colin, pesquisador e colaborador do Instituto Clay de Matemática, contribuiu com o autor na construção de todo o livro.

Enumerei e separei muitos quotes para expor dentro da resenha, porém, o grande conteúdo, impossibilita este meu feito. Iria ficar horas convidando você leitor para ler e descobrir os feitos de John Green. Não perca mais o seu tempo, corra para uma livraria mais próxima e leia! Garanto que você não vai se arrepender.

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

21 thoughts on “Resenha: O Teorema Katherine, por John Green

  • barbara

    achei a capa desse livro bem legal

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  • Oi, Philip.
    Ainda não li o A Culpa é das estrelas, mas vou tomar coragem e ler em breve. Quero ler esse livro também!
    Fiquei interessada!
    Beijos
    Camis

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  • Cris Aragão

    Eu ainda não li nem A culpa é das estelas e o Jonh Green já está de volta com um novo sucesso. Acho muito interessante esse recurso do narrador que conversa com o leitor, às vezes isso dá a impressão de que o autor está falando diretamente comigo. Deve ter sido super complexo o trabalho da tradutora, especialmente por causa dos anagramas.

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  • História hiper diferente… Todos os blogueiros literários falam bem da escrita do John Green, e eu fico entusiasmada a cada vez que leio uma resenha. Dezenove Katherines? Um protagonista bem inteligente que gosta de anagramas? Ok, não adianta negar: gostei da história desde a sinopse hahaha

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  • Também amei a capa da versão brasileira. E nunca li nada do Green, mas todos falam tão bem que estou morrendo de vontade de ler. E saber que é um livro que mostra a importancia da amizade, já gostei. E ter coisas sobre matemática mais ainda, já que amo numeros!
    Beijos
    Adriana

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  • Cello

    Este já andaram comentando muito, este negócio de fórmulas é tão doido! Mas não tem como não gostar, será que a tradução funcionou bem pra este livro? O quanto não terá perdido? Sei que não afeta a história mas com certeza deve ter afetado as inúmeras fórmulas matemáticas.

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  • Clara

    Bem, estou de olho nos livros do John Green á muito tempo, infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler nenhum livro dele. O Teorema Katherine foi um dos seus livros que chamou muito minha atenção, principalmente pela capa. Gostei da temática e confesso que a achei bem diferente e interessante! Agora é só cruzar os dedos e torcer para eu ter a oportunidade de ler o livro!

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  • Maristela G Rezende

    Gostei demais da capa, da sinopse do livro e da sua resenha. Já marquei como desejado e pretendo ler ainda esse semestre.

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  • Jarles Tarsso

    Estou louco para ler esta obra. Farei logo após ler A Culpa é Das Estrelas. A divulgação foi super bacana, espero um conteúdo excelente. Está na minha lista de aquisições para 2013.

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  • Vanessa Llona

    O livro parece ser muito bom, só o John Green pra tornar um tema que aparentemente é tão desinteressante em algo que nos faça querer ler.

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  • Eu concordo com vc: Começar a ler John Green é emocionante. Adorei a premissa do livro e achei a história original!!! (Onde o protagonista encontrou tantas Katherines?) kkkkk

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  • Nardonio

    Mais um livro do John Green que chegou para arrasar. Tenho lido muitas resenhas positivas sobre ele. O que acho interessante é que ele mandou super bem com obras bem diferentes uma da outra. Gosto desse tipo de humor que o John Green sabe fazer muito bem.
    Resumindo, quero ler o mais rápido possível.

    @_Dom_Dom

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  • patty pereira(@pacupe)

    UAU!!! Eu não tinha lido nenhuma resenha deste livro, achei muito interessante essa coisa das Katherines na vida do protagonista. Mas tudo isso não é um pouco confuso, tipo “Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines para comprovar até quando um relacionamento vai terminar antes que o próprio casal conheça.”??? WOW!!! Nossa, só mesmo lendo o livro pra saber!!! Bom, ainda não li A Culpa é das Estrelas, portanto não conheço a escrita de John Green…

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  • Cristiane de oliveira

    Eu gostei muito de A culpa é das Estrelas e espero gostar de teorema também apesar de ser um livro completamente diferente e acho que vou gostar muito desse feito de Jonh, quero muito ler.

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  • mariana vanessa

    Eu ainda não li A Culpa é das Estrelas, tenho ele aqui e é minha próxima leitura *-* tô super empolgada, sentindo que vou chorar litros e litros k tô curiosa pra ler O Teorema Katherine, ele parece ser muito legal *-* espero gostar dele ! Parabéns pela resenha

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  • roseni

    acho esse livro incrivel tem uma tematica fabulosa

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  • Kássio Gama

    Li A Culpa é das Estrelas e estou com abstinência pela escrita do John Green, os temas que ele usa nos livros são tão variados, e sempre tão atualizados e bem feitos que realmente faz falta não ter um desse pra ler a todo momento. Você descreveu o Teorema muito bem, não vejo a hora de começar a ler! Estou muito curioso sobre esse livro k

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  • Aline Freitas

    Muito bom esse livro *-*

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  • Pamela Liu

    Sendo John Green, podemos esperar uma história comum se tornar algo extremamente brilhante.
    Adorei a sinopse e quero muito ler esse livro. Não sei se vou entender todas as fórmulas matemáticas, mas acho que a leitura vai ser bem divertida!

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