Resenha| Os 27 crushes de Molly – Becky Albertalli

Philip Rangel 30 de agosto de 202131 de agosto de 2021 0 Comments BeckyAlbertalli, ParceirosIntrínseca2021, resenhas

“Certas noites têm esse tipo de eletricidade. Levam você para um lugar diferente de onde começou. Acho que ontem foi uma dessas noites especiais.”

O mundo do SimonVerso é fantástico! Li o livro em um único dia, e com esse não foi diferente.

Molly é uma menina judia de 17 anos, reuniu seus 26 crushes e nenhum deles obteve sucesso, – saiu sem nenhum beijo. É muito tímida e insegura, nunca se abriu a nenhum deles, tornando-os uma pequena paixão tipo platônica. Sua família e amigos sempre a encoraja a nunca desistir e não perder a luta. Ela é gorda e por conta de bullying desenvolveu ataques de pânico e agora toma medicamentos para controle. O problema ainda soma pelo fato de ter uma irmã magra e ainda ouve preconceitos pela sua avó. As pessoas incomodam com a sua aparência, diferente da própria Molly.

A garota quer mudar isso e precisa sair de sua zona de conforto. Deixou de ser primeira opção de Cassie, encontrando outra pessoa para dar atenção. Dois garotos apareceram e estes disputarão o título de 27º crush da garota. Will, é o melhor amigo de Mina, e na cabeça da nossa protagonista é a melhor opção que poderia ter, voltando mais tempo com Cassie, que é um ruivo hipster, charmoso, , muito atraente e típico cara com quem Molly jamais imaginaria gostar. O problema que dessa vez ele está interessado e ela precisará agir

“Em geral, quando conheço um garoto novo, me dá um branco e não consigo pensar em nada para dizer – é assim que uma pessoa acumula vinte e seis crushes e zero beijos. Mas, com o Reid da Terra Média, fico tão nervosa quanto ficaria diante de qualquer pessoa nova. Nem mais, nem menos. E isso é meio que maravilhoso.”

Becky Albertalli abre para conteúdos interessantes e diretos para os adolescentes. A delicadeza e a profundidade é muito importante. Questões como orientação sexual, gordofobia são temas que atualmente são importantes. Muitas vezes jovens são carregados de culpas pela falta de profundidade nesse contexto que ambos vivem. Eu já vi adolescentes não caminhar por conta de excesso de bullying e outros transtornos que são automaticamente gerados. A autora sempre se abre a diversidade, como aqui temos Cassie que é lésbica e namora Mina, pansexual. Patty, bissexual, e Nadine, lésbica. E a trama conceitua no meio dos EUA liberar a união homoafetiva.

Para uma maior contextualização, como tinha dito que faz parte do SimonVerso, é que Molly e Cassie são primas de Abby (lembram?), melhor amiga de Simon (Com Amor, Simon). Amo como a autora desenvolve os personagens e gostaria de ver essa ampliação dos livros para a tela.

A editora Intrínseca trouxe uma capa belíssima e uma diagramação muito fiel com o original. Fiquei curioso em ler todo esse universo.