Resenha: Proibido, por Tabitha Suzuma

Nome do Livro: Proibido
Nome Original: Forbidden
Autor(a): Tabitha Suzuma
Tradução: Heloísa Leal
Editora: Valentina
ISBN: 9788565859363
Ano: 2014
Páginas: 304
Nota:  5/5
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Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia? Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.

Difícil começar avaliar um livro quando tudo foi revirado dentro de si mesmo. Proibido, publicado pela editora Valentina chega para revolucionar o ano de 2014, considerado um dos melhores livros lançados dentro do ano. Este livro chegou como se não quisesse nada e aos poucos proporcionou momentos de reflexões ininterruptos. E sim! O enredo é em cima de dois adolescentes que se apaixonam, para piorar, eles são irmãos de sangue de um mesmo pai e mesma mãe.

Lochan é um adolescente de 18 anos de idade. Maya, possui um pouco menos que ele, 16 anos. Ambos foram criados juntos, cuidando de seus três irmãos: Kit, Willa e Tiffin. O pai os abandonou e a mãe é muito irresponsável que chega a balançar qualquer leitor. Alcoólatra, vive bêbada pelos cantos da casa e não dá a devida atenção aos filhos. Os dias de Lochan e Maya são extensos, fora cuidar dos irmãos como pais, devem aguentar o colégio, mantendo sigilo do ocorrido. Enquanto uns cuidam da casa, como os mais velhos, outros não têm a mínima noção em manter a família unida. Momentos que te fazem refletir muito em nossa própria família.

O capítulos são alternados pelos dois personagens. Aos poucos os laços desses dois vão aumentando de tal forma, que vamos conformando com o resultado. Os planos, as decepções, medos e aflições são muito bem caracterizadas. Não nego que o tema forte é o namoro entre os dois e o desejo de ser formar uma família, o que por lei é repudiado a prática de incesto. A autora conduz muito bem a narrativa e discute com seu próprio leitor o tema. O final é bem conclusivo deixando o próprio leitor formar a sua opinião.

O que mais incomodou foi ao destacar a questão psicológica, o sofrimento entre os dois personagens balança qualquer leitor. Isso me desarmava, queria aprofundar mais no texto e ver até onde a autora iria levar. Lochan possui seus problemas, como o de não conseguir se expressar em público, a mãe não ver ou não quer notar. Acaba para Maya ajudar o seu irmão a conduzir toda a situação. E é nessa condução que os dois vão criando um laço forte pelo medo de perder os irmãos, caso descubram que a mãe não possui condições de cuidar dos próprios filhos.

O trabalho de arte da editora Valentina ficou digno de aplausos. Nunca uma obra me pegou, apertou tanto como esta. Gosto muito de livros que deixam marcas e faz vontade de tê-lo em cabeceira. A tradução de Heloísa Leal foi outro ponto importante para a obra. O modo suave, simples que ela conduz a narrativa e os diálogos dos personagens, transformaram toda a obra.

Um livro que indico muito!!! Aproveitem o final de ano e leia! Eu mesmo indicaria para professores e alunos, até mesmo por ser um tema polêmico de ser discutido em sala de aula. Finalizo por aqui, deixando aquela curiosidade em você, leitor!