Resenhas

Resenha: Doze anos de Escravidão, por Solomon Northup

doze-anos-de-solidao-12-solomon-northup-livro-julgando-pela-capaNome do livro: Doze anos de Escravidão
Nome Original: Twelve Years a Slave
Autor(a): Solomon Northup
Tradutor: Caroline Chang
ISBN: 9788563560896
Editora: Penguin – Companhia das Letras
Ano: 2014
Páginas: 373
Nota: 5/5
Onde Comprar: Compre Preços

Considerada a melhor narrativa já escrita sobre um dos períodos mais nebulosos da história americana, Doze anos de escravidão narra a história real de Solomon Northup, um negro livre que, atraído por uma proposta de emprego, abandona a segurança do Norte e acaba sendo sequestrado e vendido como escravo. Depois de liberto, Northup publicou o relato contundente de sua história, que se tornou um best-seller imediato. Hoje, 160 anos após a primeira edição, Doze anos de escravidão é reconhecido como uma narrativa de qualidades excepcionais. Para a crítica, o caráter especial do livro deve-se ao fato de o autor ter sido um homem culto que viveu duas vidas opostas, primeiro como cidadão livre e depois como escravo. “O livro nos encantou: a dimensão épica, o detalhamento, a aventura, o horror, a humanidade. Lia-se como um roteiro de cinema, pronto para ser filmado. Eu não podia acreditar que nunca ouvira falar nele. Pareceu-me tão importante quanto O diário de Anne Frank, só que publicado quase cem anos antes.” – Steve McQueen, diretor do filme 12 anos de escravidão.

Solomon Northup era um americano, nascido em Schoroon em 10 de julho de 1807, homem negro, filho de pais livres, nasceu livre, aprendeu a ler e a escrever e tinha como paixão o violino! Solomon viveu livre no norte do estado de Nova York com sua esposa Anne Hampton e seus três filhos Elizabeth, Margaret e Alonzo até o ano de 1841, quando  foi convidado por dois senhores, Brow e Hamilton, para acompanhar um circo como músico e foi! Durante a viagem, em uma noite do mês de Abril ele foi dopado, teve seus documentos que comprovavam a sua liberdade roubados e escravizado!  Doze anos se passaram, até que Solomon conseguisse provar que era um homem livre e pôde então nos contar a sua história!

O relato que temos a oportunidade de ler em Doze Anos de escravidão é de um homem que nasceu livre, perdeu a sua liberdade e viveu durante doze anos como tantos outros negros do mundo todo! A escravidão contada do ponto de vista de um “sobrevivente” é algo tocante, chocante comovente e muito diferente de conhecer a história do ponto de vista de quem tinha uma boa condição e não sofria acoites dia e noite ao bel prazer do seu senhor! Solomon não nos conta apenas o sofrimento pelo qual passou durante o período em que esteve escravizado, o seu relato abrange as relações existente entre os comerciantes de escravos, entre os senhores das fazendas, entre os próprios escravos, como era o funcionamento das plantações de cana e algodão, como era a jornada de trabalho, a alimentação parca e porca e que lhes era concedida e cada palavra que a gente a gente lê é um pouco de humanidade que nos é retirada, as descrições dos acoites são extremamente dolorosos e minha imaginação não conseguiu nem de perto reproduzir imageticamente toda aquela crueldade! Ele teve o cuidado de não contar a apenas sua história, mas a de tantos outros que encontrou pelos lugares por onde passou, como a Eliza que foi separa dos dois filhos, chorei litros durante essa passagem, é um relato extremamente forte e tocante!

Doze Anos de Escravidão não é um livro para qualquer leitor, mas todo leitor deve ler, dá pra entender? Todo mundo deveria passar pela experiência literária de ter em mãos um relato como esse, de se apropriar da história sofrida de tantos outros milhares de negros escravizados que são sintetizados na narração de Solomon! Um ponto que eu acho super interessante na história é que Solomon ressalta em vários momentos que todo escravo, mesmo nunca tendo conhecido a liberdade, nunca, jamais deixa de sonhar com ela e de desejá-la e foi isso que fez com que ele dormisse e a acordasse durante os doze anos em que esteve escravizado, a vontade da liberdade! Nada mais que eu diga vai conseguir sintetizar e transmitir para você, leitor, o que representa este livro para a nossa história e que foi preciso virar filme para se tornar tão conhecido, ele deveria pelo contrário, ser adotado pelas escolas, um ponto de vista honesto e sofrido de quem viveu a escravidão na pele! Confesso que tentei ver o filme, mas não consegui, nas primeiras cenas, onde Eliza aparece, logo depois do primeiro acoitamento que fez com que Solomon desistisse de gritar aos quatro ventos que era um homem livre, eu desabei! Como disse anteriormente, minha mente não conseguiu produzir imagens tão fortes quanto as ficcionais reproduzidas no filme! A diagramação da Penguin Companhia é primorosa, o livro conta ainda com um posfácio muito interessante que corrobora com todo o relato de Solomon durante o livro! Doze Anos de Escravidão é indispensável!

 “Seria uma felicidade para a maior parte de nós – pouparia a agonia de centenas de açoites e mortes miseráveis por fim – se o generoso mar tivesse naquele dia nos subtraído das garras de homens sem coração. Imaginar Randall e a pequena Emily afundando para junto dos monstros das profundezas é mais agradável do que pensar neles como estão agora, talvez, levando vidas de trabalho forçado sem fim.” (p. 57)

Renata Avila

Renata Ávila, formada em direito, é apaixonada por livros de diversos temas, sem nunca esquecer dos romances que são os mais desejados. Adora um bom filme e uma boa musica. Gosta de conversar sobre livros, mas surta se falarem mal de Twilight, por ser sua primeira paixão literária e a série que a transformou em uma leitora voraz.

3 thoughts on “Resenha: Doze anos de Escravidão, por Solomon Northup

  • Ainda não li este livro, só tenho acompanhado as resenhas e que emocionantes que elas são! Fico imaginando o livro e a choradeira que será quando eu for ler ou assistir. Deve ser muito difícil segurar a emoção diante dos relatos.
    Bjs, Rose

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  • Não li o livro, entretanto assisti um filme com enredo semelhante e acredito que foi baseado no livro.
    Acho importante também termos oportunidade de ler um livro rico de depoimentos e vivências que não experenciamos, ainda mais relacionado com a escravidão…
    Boa resenha.
    cheirinhos
    Rudy

    Resposta
  • Eliane Bloise

    Não tinha lido nenhuma resenha ainda desse livro e agora mais do que nunca estou interessada em lê-lo, com certeza é um livro muito marcante e com certeza vai me emocionar muito, como aconteceu com vc…

    Resposta

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