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Leopardo Negro, Lobo Vermelho – Marlon James | Resenha

Leopardo Negro, Lobo Vermelho é a nova fantasia lançado pela Intrínseca! O livro foi lançado em 2019 pelo autor Marlon James, autor jamaicano. Segundo livro lançado pela editora no Brasil.

Publicou seu primeiro romance em 2005, depois de ter sido negado mais de setenta vezes, publicando-o finalmente em 2015 esse, e depois no ano de 2019, o segundo livro, sendo considerado um dos mais influentes, pioneiros autores.

O livro é o primeiro de uma trilogia que está ainda em processo de produção. A premissa consiste em uma fantasia criada pelo próprio autor norteando a África com seu plano de fundo. A ambientação localizada, no aprofundamento do folclore do mesmo país. O Rastreador é o nosso personagem principal, um ser que não sabemos o seu nome, ele consegue localizar qualquer pessoa independentemente do local, pelo olfato. Muito além do que imaginamos, até em outra dimensão isso pode ainda ser possível. Logo após sair da casa de seus pais, vamos acompanhando a sua narração factual para uma pessoa, que denomina-se: padre ou Inquisidor. Um dos pontos fortes ao meu ver, foi o encontro com o tio, apontando segredos de sua própria família que o mesmo desconhecia, percorrendo todo o enredo.

Durante um longo período, precisamente até a página 200 que as coisas vão melhorar. Quando um grupo de mercenários vão atrás do Rastreador, eles passam uma missão: encontrar um menino que desapareceu três anos atrás no reino do Norte. Ele vai atrás desse menino por todo o livro e se questionar: Quem é este menino? Por quê não vão os mesmos? Por quê não o acham? Aceita a missão até que encontra um personagem, o Leopardo – um animal e ao mesmo tempo homem-, juntos vão seguindo a busca, vivenciando novas aventuras. Um outro momento que me chamou atenção, foram as pessoas que passam na vida deles, sempre deixam uma mensagem e outros somente passam e não voltam. Seria um questionamento para a nossa vida? Nika, ela troca de pele, Sugoma; um curandeiro, Sagolon; uma bruxa de mais de 100 anos e Ogo que vamos conhecendo e aprofundando ao longo da leitura.

O livro é narrado por flashbacks, não possui uma ordem cronológica, o que pode não agradar todos os leitores. O mesmo pode ficar confuso, sem saber se situar no que realmente está acontecendo. Eu confesso que também me perdi! Uma cena descrevia um fato, no outro era completamente diferente, quando do nada um diálogo cessa para um outro personagem entrar. Esses momentos foram necessários para esconder o centro do enredo, as brigas culturais, as brigas entre o reino do Norte e ao reino do Sul (vide o início do livro e os motivos da própria narração). E sim, meu caro leitor! Está acontecendo guerras e o autor não mostra totalmente porque estamos preocupados com os detalhes. Se não for lido com calma, confesso que você não vai entender o que o autor quer gerir. Este pode ser motivos de abandono por muitos, por ser uma leitura que deve caminhar devagar. Eu não consegui criar um cenário, essa mudança de ambientação, de detalhes, de personagens que saem e entram sem explicação.

Essa jogada é forte dentro da escrita do Marlon! A capa e todo o acabamento, amarradas as folhas em acabamento tridimensional é incrível. Eu gostei de todas as artimanhas e tive que ler bem devagar, respirar e voltar muitas vezes à leitura. A editora Intrínseca trabalhou muito bem, a tradução ficou incrível, o somatório de todo conteúdo respondeu significamente todo o conteúdo. Eu não sei o que esperar, por não poder adivinhar se amarrado pela escrita de James, somente posso ansiar que ele não demore lançar e a editora a publicar no Brasil.

Tenha calma e muita paciência durante a leitura! Ela poderá te surpreender e ao mesmo tempo acostumar com esse tipo de narração.

Leopardo Negro, Lobo Vermelho – vol.1
Nome Original: Black Leopard, Reed Wolf
Autor(a): Marlon James
Tradutor: André Czarnobai
ISBN: 9786555601275
Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 784
Nota: 3.5/5

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Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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