Crítica – Convenção das Bruxas (2020)

O aguardado remake de “Convenção das Bruxas” chega aos cinemas em meio a especulações pois a pressão é grande. O clássico moderno de 1990, interpretado por Anjelica Huston, apesar de ter já 30 anos, se mantem forte na imaginação de muitos.

 Não é possível comparar os dois longas, sob a direção de Robert Zemicks  (“De volta para o Futuro” e “Forrest Gump”) , esta versão vem remodelada para as crianças da era moderna. Com o auxílio de muito CGI, o roteiro de Kenya Barris ( Black –ish) traz para as telas uma versão mais próxima da obra literária homônima de Roald Dahl do que um remake fiel do filme de Nicolas Roeg.

Numa perspectiva mais suave e em alguns momentos menos assustadora que o filme original, o longa tem Anne Hathaway no papel da Grande Rainha Bruxa que durante uma convenção com seu “Coven” em um hotel bolam um plano infalível para exterminar todas as crianças do mundo. Neste hotel estão hospedados O Garoto , Jahzir Bruno e sua Avó, Octavia Spencer, que é a pessoa que conta ao menino sobre a existência das Bruxa na vida real.

É nítido que o elenco se divertiu com o filme, o sotaque exagerado e as caretas de Hathaway fogem completamente dos personagens que a atriz costuma representar e dá um tom divertido a Grande Rainha Bruxa e a química entre Octavia Spencer e Jahzir Bruno passa a energia familiar, de avó e neto que agora tem que aprender a conviver.

Duas participações que merecem ser destacadas é a de Stanley Tucci como Gerente do Hotel, engraçado e elegante como sempre, Tucci entrega a fantasia completa de seu personagem. Chris Rock também está no filme mas na presença de narrador, contando aos espectador o que aconteceu há muitos anos atrás, o filme passa em formato de flashback. Com áudio original o filme pode agradar muitos adultos por aí, é um fato.

Apesar do excesso de CGI em alguns momentos a equipe de maquiagem merece ser exaltada, em um vídeo que circulou há algumas semanas pelo Instagram de Hathaway, um dos processos de criação de próteses é mostrado num vídeo curto e acelerado.  Não é aquela maquiagem cheia de verrugas e nariz pontudo dos anos 90 mas é uma maquiagem muito bem executada e com referencias atuais como dentes afiados lembrando Pennywise (IT que também recebeu um remake) e cicatrizes que lembram um sorriso do Coringa. A careca das Bruxas continuam estranhas, cheias de bolhas, vermes e bem nojentas.  A maquiagem FX tem sua magia e seu encanto e por mais que os computadores sejam o presente e o futuro dentro da indústria,  existem truques que eles não podem reproduzir.

Tendo em mente que o publico alvo é o infantil, o filme é uma adaptação de um clássico moderno, divertido e justo. Não promete demais e nem entrega de menos, ideal para assistir em família, e mais rir do que sentir aquele arrepio na nuca.

Ficha Técnica

Atores: Anne Hathaway,
Octavia Spencer,
Jahzir Bruno,
Stanley Tucci,
Chris Rock

Direção: Robert Zemeckis

Duração: 106 minutos

Gênero: Infantil

Sinopse: O remake de Convenção das Bruxas, clássico de fantasia dos anos 1990, acompanha um garoto de sete anos que se depara com uma conferência de bruxas em um hotel. Lá, ele acaba descobrindo que um grupo de bruxas está fazendo uma convenção, pretendendo transformar todas as crianças do mundo em ratos. 
Baseado no livro infantil homônimo de Roald Dahl.