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Encantaria: contos afrolésbicos | Resenha

Por Dodora Evarista

Pouco antes do fim do ano terminei de ler “Encantaria: contos afrolésbicos“, de Jhô Ambrósia. Decidi compartilhar minhas impressões sobre ele: uma obra que prende a atenção de quem o lê, conto a conto.

Isso acontece porque a autora consegue trazer um novo olhar sobre as relações lesboafetivas. Sem aquele peso tão comumente colocados sobre a descoberta de si, a culpa pelo prazer, e o conflito sócio- familiar e econômico. Jhô Ambrósia faz com que deixemos nossa imaginação fluir entre cada frase, cada parágrafo, cada escrita.

Ademais, ão contos em que, além das histórias vividas, as referências feitas à religiosidade, ancestralidade, diria até locais, despertam interesse em saber mais sobre elas. Sem contar que é um livro que atrai o olhar das outras pessoas, (passei por essa experiência no metrô, e no consultório médico), pela capa, e pela descrição “afrolesbicos”, instigando assim o imaginário sobre o que e porquê desse título.

“Encantaria” é por si só um convite a adentrarmos pelo Reino Encantado e sempre real do mundo lésbico, de forma leve, às vezes cômica, mas na maioria das vezes séria, levando o leitor à refletir sobre as delícias e agruras de se ser e ter um amor afro-lésbico .

o livro está disponível para venda no site da Editora Malê, neste link.

Encantaria jhô Ambrósia

Encantaria

Autora: Jhô Ambrósia

Páginas: 146

Selo: Mahin

Sinopse: O foco de Encantaria é um tema universal – a relação e suas chances de sobrevivência. Todas as referências concentram-se no mundo das emoções; as narrativas demostram uma concentração feroz no estado sentimental de cada mulher ignorando tudo que não alimenta este propósito.

Normalmente, os temas de amor, emoção, o fazer amor e o prazer físico são bem visíveis na poesia e na prosa. O que nem sempre está disponível é a natureza intrínseca da relação em si.

emonstrações de afeto, muitas vezes homossexuais na essência, não são visualizadas como tal porque não há marcadores textuais visíveis e claros, referências diretas, ou nomeação clara da narradora ou da receptora de tal afeto. Não é o caso nestes escritos, pois as relações aqui são abertamente exibidas, coerentemente descritas e dispostas a enfatizar a ideia do tumulto interno, uma preferência que, juntamente com o local de produção, dá sentido à antologia literária das narrativas lésbicas e encaminha seu valor ainda mais longe em termos de uma identidade ainda em questão dentro do espaço brasileiro.

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