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[Crítica] Filme: “A Luz no Fim do Mundo”

A luz no fim do mundoLight of my Life. EUA, 2019)

Direção e roteiro:  Casey Affleck

Elenco: Casey Affleck, Elisabeth Moss, Anna Pniowsky, Tom Bower, Timothy Webber,

Distribuidor brasileiro: Imagem Filmes

Sinopse: Em uma realidade pós-apocalíptica, onde quase toda a população feminina foi devastada, um pai (Casey Affleck) precisa proteger sua filha (Anna Pniowsky) do caos que se espalhou pela sociedade. Ela é a única menina sobrevivente de que se tem notícia e, mesmo dez anos após a pandemia que tirou a vida de todas as mulheres, incluindo sua mãe (Elisabeth Moss), Rag e seu pai ainda precisam lutar diariamente por sobrevivência. (Imagem Filmes)

Embora o trailer de um filme acabe sendo decisivo para ir ao cinema, tenho a sensação que cada vez mais ele só atrapalha a experiência. É o caso desse filme. Muito melhor você ir ao cinema sem imaginar o que lhe espera. Basta saber que temos uma história pós-apocalíptica que consegue se apresentar de uma forma bem diferente dos tantos outros filmes do mesmo tema.

A história de um pai e filha que tentam sobreviver no mundo recentemente abalado por uma pandemia que eliminou milhares do planeta possui um arco de tensão absolutamente interessante e fora do que outras narrativas tentaram fazer.

Basicamente existe uma constante tensão naquela realidade apresentada, sem ter que usar subterfúgios baratos ou pequenos sustos. A medida que o tempo passa percebemos a imensa vulnerabilidade e perigo que aqueles dois estão submetidos vagando pelas florestas e cidades quase abandonadas. Ainda existe um mínimo de civilidade e organização mantida no mundo, pelo fato de ter passado uma década dos eventos catastróficos. Mas fica óbvio que a civilidade é apenas aparente e a qualquer momento a violência pode nascer.

O que realmente dá gosto de ver é a relação do pai e filha frente ao inferno que vivem. Pessoalmente me aborreci com a super proteção do pai diante de uma realidade tão perigosa que a todo momento bate na porta. Mas dá muita satisfação nas reações da filha que como uma esponja percebe melhor que muito adulto as sutilezas daquela complexas realidade humana. São duas atuações vigorosas que amarram um filme que se apresenta muito calmo a principio, mas a medida que as coisas vão acontecendo te deixam bastante inquietante na cadeira do cinema.

Anna Pniowsky, a atriz que interpreta a filha,  é dessas atrizes que interpreta com o olhar e sutileza de maturidade impróprias para a idade. Um tipo de interpretação fora de um florear barato, é algo dentro de um realismo cativante.  Casey Affleck, como é de se esperar, entrega um trabalho consistente tanto em sua interpretação, quanto na estréia na direção do filme, fugindo de efeitos especiais ou escolhas no roteiro típicos do gênero. Entrega um thriller com carga forte de drama e um desfecho que justifica todo o tom de força e perseverança dos personagens principais.

Nota:  4,3  de 5

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

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