Filme: A Mula (The Mule, 2019)
A Mula (The Mule, 2019)
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk
Elenco: Clint Eastwood, Alison Eastwood, Bradley Cooper, Andy Garcia, Dianne Wiest, Laurence Fishburne, Taissa Farmiga
Leo Sharp coleciona uma série de honras que vão desde de prêmios por seus trabalhos como paisagista e decorador até o reconhecimento por ter lutado contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, foi aos 90 anos que conquistou algo surpreendente: ele foi preso por portar o equivalente a três milhões de dólares em cocaína no seu carro, uma picape velha, no Michigan. Sharp era o líder do Sinaloa, um cartel de drogas no México e foi sentenciado à três anos de cadeia.
Earl Stone (Clint Eastwood) é um veterano da Segunda Guerra Mundial de 90 anos que nunca deu valor à família e acabou de perder sua casa por não ter mais dinheiro para pagar a hipoteca. Ele é persuadido a fazer um trabalho de motorista de carga para um grupo de traficantes do cartel mexicano, onde ganharia uma boa grana.
Baseado em fatos reais, o longa metragem traz uma história dramática desse personagem solitário e egoísta que começa “inocentemente” trabalhar para uma grande rede de tráfico. Por ser idoso ele é visto, primeiramente, como chacota pelos integrantes do cartel. O crescimento desse personagem então mostra como sua relação com esses integrantes se torna amigável e como o seu ótimo serviço faz com que se torne alguém de confiança do seu patrão fazendo Earl se animar cada vez mais para continuar com esse perigoso trabalho. De outro lado temos o agente especial Bates (Bradley Cooper) que está numa investigação pesada com o cartel mexicano em busca de qualquer pista sobre quem está por dentro disso.
O filme não traz um grande conflito entre o investigador e o personagem de Clint Eastwood, como alguns podem esperar. Ele foca mais na construção de Earl e em como sua cabeça e maturidade vão mudando no decorrer da trama especialmente em relação à sua família que mal fala com ele. Senti que alguns personagens foram poucos explorados e suas existências não fizeram tanto sentido para a trama, como o personagem de Laurence Fishburne que aparece poucas vezes e com poucos diálogos.
Se trata mais de um drama que envolve conflitos familiares e internos, trazendo uma lição à todos os personagens mais envolvidos. Com um final cheio de boas morais, é uma história interessante e envolvente que faz o telespectador se colocar no lugar de Earl e tentar entender sua cabeça.
