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Filme: “Suprema”

Suprema (On the Basis of Sex. EUA, 2019)

Direção: Mimi Leder

Elenco: Felicity Jones, Armie Hammer, Justin Theroux, Sam Waterston, Kathy Bates, Cailee Spaeny, Jack Reynor, Stephen Root, Chris Mulkey, Gary Werntz, Francis X. McCarthy, Ben Carlson, Ronald Guttman, Wendy Crewson, John Ralston, Karl Graboshas, Arthur Holden, Angela Galuppo, Geordie Johnson, Jeff Lillico, Callum Shonik, Joe Cobden, Sharon Washington, Warona Setshwaelo,

Distribuidor brasileiro: Diamond Films

Apresentação: “Suprema” é baseado na vida de Ruth Bader Ginsburg, a primeira mulher a fazer parte da Suprema Corte Americana. Ela se tornou um símbolo da luta pelos direitos iguais para as mulheres e atualmente, aos 85 anos, ainda é referência, inclusive para as gerações atuais.

Suprema Corte geralmente representa o topo da hierarquia dentro de um sistema judiciário. No Brasil é o nosso Supremo Tribunal Federal (STF). Essas instituições são importantes pois além de ser o lugar onde assuntos complexos são decididos, cabem a eles o papel de proteger a lei mais importante de um país, a Constituição. Mas por que isso é importante?

Bem, não resta dúvida que os homens dominam os espaços de trabalho a um bom tempo em desfavor das mulheres. Mas quando assistimos “Suprema” é doloroso ver esta realidade nua  e crua onde as mulheres praticamente tem que implorar e lutar em muita desigualdade para conquistar seu espaço.

Ruth Bader Ginsburg entrou na universidade de Harvard para estudar Direito numa época em que os homens dominavam em absoluto esse espaço. Soa bizarro ver mulheres serem tão ridicularizadas da maneira mostrada no filme, mas é fundamental para entendermos que a realidade atual é fruto de um processo anterior muito mais doloroso. Também serve como alerta para que retiremos esse ar de que tudo está mil maravilhas. Continuamos vivendo uma realidade desigual das mulheres em relação aos homens no mundo do trabalho.

No filme inteiro vemos a personagem principal ser colocada de lado não podendo exercer todo o potencial que possui. Estudou numa das melhores instituições do mundo mas não conseguia efetivamente exercer nem mesmo a advocacia pois ninguém (nenhum homem) lhe dava emprego.

É curioso pois um jurista geralmente é o profissional que tem que ter, dentre inúmeras capacidades, a de interpretar fatos associando ao que a lei determina. É algo impossível de explicar em poucas palavras, mas basicamente o papel de quem lida com leis é esse, o de interprete.

Pois bem, Ruth é uma mulher não só absolutamente conhecedora da lei, é dotada de sensibilidade e senso de responsabilidade do papel da lei na vida das pessoas e embora aparentemente nunca tenha claramente dito isso, ela entende que é a lei que está a serviço dos homens e não o contrário!

Mas não se preocupem que o filme não é um curso jurídico. São preciosos minutos onde percebemos o conflito de gerações que dividem mudanças radicais em seu modo de pensar e encarar aquilo que é diferente, muito parecido com o que vivemos nos últimos anos. Ou simplesmente o que vivemos desde sempre.

Nota: 4  de  5

Trailer Oficial:

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

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