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Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes | Crítica

O filme conta sobre a juventude do Presidente Snow,os primórdios dos Jogos Vorazes com cantorias exageradas. Viola Davis e Peter Dinklage são um deleite a parte mostrando como um vilão pode ser envolvente e criar antipatia ao mesmo tempo.

Após oito anos da estréia de “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte II” a saga retorna aos cinemas com a adaptação homônima de Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes”. Com uma fórmula similar dos primeiros filmes tudo começa mostrando a realidade pós rebelião de Panem tanto na Capital com seu luxo meio decadente pois esta se recuperando do pós guerra como nos Distritos com a população vivendo em meio a muito trabalho e escassez. A colheita dos tributos para os Jogos é feita mas nesta época Coriolanus Snow (Tom Blyth) tem apenas 18 anos e é um jovem universitário que se prepara para ser mentor durante os jogos. Herdeiro de uma família falida, Snow, tem como objetivo se destacar nos Jogos e com isso retomar a posição de prestígio da família. Snow fica encarregado de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler) uma jovem que vem do Distrito 12 e faz parte do Bando, um grupo de pessoas que vivem livres no limite do Distrito e cantam e dançam.

Com a chegada de Lucy Gray a Capital Snow percebe que ela é o tributo com real chance de ganhar o torneio pois ela é cativante e sua voz toca os corações dos expectadores. Neste momento da história os Jogos estão um pouco decadentes, não tem o interesse do público e dentro da academia Snow luta para ser reconhecido e dar suas ideias enquanto Highbottom (Peter Dinklage), criador do evento e seu professor por conta de uma rixa antiga com o pai de Snow faz de tudo para que ele falhe.

A determinação e criatividade de Snow chama a atenção de Dra. Volumnia Gaul (Viola Davis) que é coordenadora da 10ª edição dos Jogos com uma vibe de cientista do mal. Dra Gaul tem um figurino imponente com luvas de borracha vermelhas e um olhar profundo e intimidador. Dando um show de atuação, Viola não tem tem tanto tempo de tela mas quando aparece faz toda a diferença.

Durante todo o filme os personagens vão trilhando caminhos óbvios e em nenhum momento a intenção é criar simpatia pelo personagem de Snow ou nem justificar sua maldade, até porque o roteiro falha nessa construção na adaptação para o cinema pois o filme tem muitos cortes secos, mas contar como esse lado cruel se aflorou e sempre esteve lá que precisava era de oportunidade, dinheiro e uma mentora tão sádica e criativa quanto ele.

Lucy Gray traz a parte da cantoria que em alguns momentos cansa e fica quase sem sentido como três versões de “The Hanging Tree” mas a atriz tem uma boa entrega e é quase tão carismática quanto Katniss (Jennifer Lawrence) inclusive repetindo movimentos fazendo referencia aos primeiros filmes.

Sem acrescentar grandes novidades ao universo de Jogos Vorazes o filme se arrasta em alguns momentos das 2 horas e 37 minutos podendo ter sido mais enxuto mas não traz nenhuma decepção aos fãs da saga. Não existe uma previsão de continuação pois o roteiro é bem costurado e tem final (não possui cena pós crédito). A porta permanece aberta caso Suzanne Collins tenha interesse em continuar contando histórias sobre outros personagens do universo distópico de Panem.

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