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Não! Não Olhe! | Crítica

Por: Doug Araújo

Quando o trailer de Não, Não Olhe, foi divulgado não era possível entender do que se tratava o filme, tão pouco o pôster dos personagens olhando por alto explica coisa alguma, mas em se tratando de Jordan Peele tudo pode acontecer.

E realmente acontece, de início é  possível identificar uma produção televisiva completamente destruída e com sangue espalhado por todo o espaço, mas com uma coisa que chama a atenção, um sapatinho que permanece em pé. 

Logo no início do filme surge Otis Haywood (Keith David) conversando com Otis Junior (Daniel Kaluuya) seu filho sobre “se fizer bem feito não precisará de continuação“, pois a família Haywood é dona de um rancho de cavalos que são treinados para produções cinematográficas e comerciais. 

A princípio, Peele estabelece uma relação de metalinguagem com sua obra pois O. J. (abreviação usado aqui para causar um estranhamento racial típico da obra de Peele) está levando um de seus cavalos para um teste de comercial.

Neste tempo, é apresentada Emerald Haywood (Keke Palmer) responsável por introduzir o serviço prestado pela família, mas algo sai muito errado e o cavalo é dispensado.

Dessa forma, Peele estabelece a relação dos humanos com animais e dos mesmo com ambiente árido do sul da Califórnia e os estranhos acontecimentos em torno do fenômeno extraterrestre que está presente naquele espaço.

Dito isso, os irmãos Haywood querem registrar o fenômeno recorrem a Angel Torres (Brandon Perea) um funcionário da loja de eletrônicos e juntos vao procurar uma tomada Oprah para provar a existência de algo sobrenatural. 

Assim, outros dois personagens têm papel fundamental para o desenvolvimento da trama que são Jupe (Steven Yeun) que explora o fenômeno para fins de ganhos pessoais, e Antlers Holst (Michael Wincott) o especialista em captação de imagens.

O que Esperar

Em síntese, se alguém que pode superar Jordan Peele é o próprio Jordan Peele a forma como ele constrói a narrativa sem mostrar o mal durante boa parte do longo, a utilização de rimas visuais referenciando grandes filmes de ficção científica como Akira (1988) e outros grandes nomes do cinema de gênero como John Carpenter.  

Ao mesmo tempo, não é exagero dizer que Não, Não Olhe! é um dos melhores filmes do ano, principalmente por ele não se encaixar em uma só categoria como terror, ou ficção científica, ele consegue somar o que de melhor os dois gêneros possui para construir uma história única e incrível.

Se em Corra! Peele usava o humor como forma de quebrar a narrativa aterrorizante que se apresentava na tela, aqui ele usa bem menos humor, mas quebra narrativa com flashbacks e mesmo assim continua sendo brilhante e fazendo a história fluir bastante. 

Sobre o Diretor

A curta porém meteórica carreira de Peele no cinema é realmente impressionante tendo a sua estreia na cadeira de diretor com Corra! (2017) sendo o primeiro negro a ganhar o Oscar de roteirio original e melhor diretor estreante do National Board Of Review isso garantiu um ranking de pessoas mais infiluente da revista Time.

Posteriormente, seu segundo longa seria aguardado com bastante pelo público e crítica, Corra! alcançou a incrível marca de 255,4 milhões de dólares, e Nós (2019) seu sucessor arrecadou 255,2 milhões.

Além disso, Peele retoma a parceria com o Daniel Kaluuya que também foi agraciado com um Oscar de melhor ator acodjuvante por seu papel em Judas e o Messias Negro (2021).  

Apesar da pessoal estratégia de divulgação da Universal Pictures no Brasil de estrear filmes na época do lançamento da cópia digital e com isso diminuir a bilheteria no cinema. 

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não não olhe

Ficha Técnica

Não, Não Olhe! (2022)

Nope

Direção: Jordan Peele

Elenco: Daniel Kaluuya, Keke Palmer, Brandon Perea, Michael Wincott, Steve Yeun

Roteiro: Jordan Peele

Cinematografía: Hoyte van Hoytema

Efeitos Visuais: Mike Chambers

Distribuição: Universal Pictures 

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