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Resenha: A Livraria dos Finais Felizes, de Katarina Bivald

A_LIVRARIA_DOS_FINAIS_FELIZES_1465951427591366SK1465951427BTítulo: A Livraria dos Finais Felizes
Título original: The Readers of Broken Wheel Recomend
Autor(a): Katarina Bivald
Tradutor: Carol Selvatici
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788556510150
Ano: 2016
Páginas: 336
Avaliação: 4 estr
Onde Comprar: Compare Preços

Sara tem 28 anos e nunca saiu da Suécia — a não ser através dos (vários) livros que lê. Quando sua amiga Amy, uma senhora com quem troca livros pelo correio há anos, a convida para visitá-la na cidade de Broken Wheel, Iowa, Sara decide se aventurar. Mas ao chegar lá, descobre que Amy faleceu. Sara se vê desacompanhada na casa da amiga, em uma cidade muito pequena, e começa a pensar que talvez esse não seja o tipo de férias que havia planejado. Com o tempo, Sara descobre que não está sozinha. Nessa cidade isolada e antiga, estão todas as pessoas que ela conheceu através das cartas da amiga: o pobre George, a destemida Grace, a certinha Caroline e Tom, o amado sobrinho de Amy. Logo Sara percebe que Broken Wheel precisa desesperadamente de alguma aventura, um pouquinho de autoajuda e talvez uma pitada de romance. Resumindo: a cidade precisa de uma livraria.

Com uma história leve e cheia de referências literárias, “A Livraria dos Finais Felizes” é um livro escrito para leitores que, assim como Sara, acham a leitura um dos maiores prazeres da vida. Broken Wheel é aquele tipo de cidade muito pequena onde todos não só se conhecem mas sabem sobre a vida inteira das pessoas que moram lá. É aquela típica cidade americana de filme, onde temos a carola da igreja, o casal gay, o sofredor alcóolatra, o solteirão bonito que não achou seu par… etc. Você já leu esse livro ou já assistiu a esse filme. O trunfo da história não é a surpresa que ela causa ao leitor mas os sentimentos agradáveis que o acompanham conforme avança na leitura.

“Livros haviam sido uma muralha de defesa, sim, mas não apenas isso. Tinham protegido Sara do mundo que a cercava, mas também se transformado em uma espécie de cenário para as verdadeiras aventuras de sua vida.” (Pág 21)

Sara é uma pessoa agradável, que só quer continuar sua leitura e não se importa muito em viver a sua vida. A história dela é constantemente repetida nas redes sociais onde as pessoas gostam de compartilhar coisas como “é melhor ter amigos nos livros do que pessoas”, “Prefiro ficar lendo do que sair de casa”, “Quero casar com tal personagem de livro porque as pessoas reais não são boas o suficiente”. Confesso que esse tipo de declaração me assusta porque significa que as pessoas estão lendo, mas não sabem interpretar aquilo que leem. Se você já leu “Harry Potter”, deve lembrar da famosa frase do Dumbledore no primeiro livro: “Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver”; e esse ensinamento é válido para a vida. Sara vai aprendendo aos poucos a sair de sua zona de conforto e enfrentar a vida e tudo o que ela tem a lhe oferecer.

“(…) o período em Broken Wheel a fizera pensar no que realmente havia feito na Suécia. As noites e os fins de semana livres tinham se tornado apenas lembranças e se misturavam uns aos outros. Isso a assustava, e ela duvidava que, dali para a frente, fosse feliz apenas lendo livros e trabalhando. Mas como exatamente alguém se tornava uma pessoa com sonhos e objetivos? Sara não podia deixar de pensar que tinha perdido o instante em que a vida devia ter começado. Por muito tempo ela apensar vivera lendo, e, enquanto todos à sua volta eram adolescentes, infelizes e bobos, isso não fora um problema. De repente, porém, todos haviam crescido, e ela não fizera nada além de ler.” (pág 169)

A capa do livro já demonstra o quanto a história é fofa e o título já informa o tipo de final que iremos encontrar. Porém longe de ser somente mais um chick lit com cenas engraçadas e um final feliz, nos deparamos com uma escrita ótima e uma lição de vida. A diagramação já é a padrão para a Suma de Letras e a leitura é confortável, sem erros de revisão. O livro é do tamanho padrão da editora, ou seja, na estante vai ficar bonito junto com os seus outros livros da Suma. A escrita da autora é fácil, fluída e agravável.

Com várias referências literárias no texto, nos títulos dos capítulos, às vezes citando o próprio livro e às vezes fazendo a personagem passar por algo parecido ao que outros personagens fictícios já viveram, “A Livraria dos Finais Felizes” é uma delícia. É aquele tipo de história para aquecer o seu coração e fazer você sonhar junto com a Sara. Mostrando que as pessoas podem ser muito mais do que o que lhes foi atribuído inicialmente, acompanhamos os personagens e o desenvolvimento da cidade como uma metáfora: se quiser que haja mudança é prefiro realizar mudanças. Recomendo a leitura a todos os amantes de livros e principalmente para aqueles que se perdem tanto nas histórias que podem achar difícil sair delas.

Franciely

É estudante de Letras por falta de melhor opção (já que não se pode ser somente estudante de literatura), leitora por prazer, amiga dos animais, viciada em internet e resenhista porque gosta de experimentar coisas novas.

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