Resenha: Coragem (Brave) por Rose McGowan

Título: Coragem (Brave)
Autora: Rose McGowan
Páginas: 288
Gênero: autobiografia
ISBN:9788595082830

Editora: HarperCollins Brasil

Nota: 3/5

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ROSE McGOWAN nasceu em um culto e o trocou por outro, mais visível: Hollywood.Rose McGowan se tornou uma das atrizes mais desejadas de Hollywood da noite para o dia quando foi “descoberta” nas ruas de Los Angeles. O estrelato logo se tornou um pesadelo de exposição constante e sexualização. Todos os detalhes de sua vida pessoal se tornaram públicos, e as realidades de uma indústria inerentemente machista emergiam a cada roteiro, papel, aparição pública e capa de revista.Hollywood esperava que Rose ficasse quieta e cooperasse. Em vez disso, ela se rebelou e impôs sua verdadeira identidade e voz. Ela reemergiu sem roteiros nem desculpas, corajosa, controversa e sempre verdadeira. Liderando o movimento de denúncias de assédio sexual na indústria de entretenimento ao expor os crimes de Harvey Weinstein, Rose é hoje um dos rostos do movimento feminista e não hesita ao disparar verdades inconvenientes e exigir mudanças. CORAGEM é seu livro de memórias em forma de manifesto – um relato sem censura nem piedade da ascensão de um ícone millennial, uma ativista sem medo e uma força de mudança imparável determinada a expor a verdade sobre a indústria do entretenimento, trazer à luz uma indústria multibilionária construída sobre a misoginia sistêmica e empoderar pessoas ao redor do mundo a acordarem e terem CORAGEM.

O livro, como já dito, trata de uma autobiografia da atriz desde sua infância na Itália até o momento em que decidiu que Hollywood era podre e suja o suficiente para que ela decidisse que não era isso que queria para sua vida, não mais.

Enquanto ela conta sobre sua infância, vivida uma parte no meio de uma seita chamada Os filhos de Deus, onde homens eram tratados como deuses e as mulheres como objetos, claro. Começava ai o contato de Rose com o mundo machista. Ela diz que escapou dos abusos por pouco, talvez por ter o cabelo curto e nunca abrir a boca.

Um dia seu pai, vendo que não havia mais nada para ele na Itália, tampouco na seita a qual fazia parte, bem como no seu casamento, já que não se sentia idolatrado por sua esposa, mãe de Rose, ele se muda para os Estados Unidos com seus filhos e a nova esposa.

Tempos depois, a mãe de Rose também conseguiria, por seus próprios meios, se livrar da seita e também deixar a Itália rumo aos Estados Unidos.

Começa então a verdadeira sina de Rose de ir viver hora na casa do pai, hora na da mãe.

Na adolescência começam os rumos de uso de droga, a fuga de casa, vários episódios de amizades que poderiam ter sobrevivido, mas as ruas não permitiram, assim como outras amizades e atitudes que acabaram levando Rose a fazer parte, ainda que sem querer, de outra seita, não muito diferente daquela que foi obrigada a fazer parte na infância: Hollywood.

Fiquei espantada com tudo o que Rose passou ao longo da sua vida. Já tivemos notícias de artistas que tiraram a própria vida por muito menos. Além disso, a maioria dos artistas vivem de aparências, de modo que não sabemos realmente se eles vivem em um paraíso como nos é passado, ou num verdadeiro inferno com toda aquela fama focada e aparências, interesses, dinheiro, “testes do sofá” e afins.

Foi muito bom ver a visão de alguém que viveu dentro desse universo dos estúdios e gravações milionárias e perceber o lado que os meros mortais jamais conheceria.

Corajosa, creio eu, a atitude de Rose revelar sua fragilidade e as ciladas que caiu ao longo de sua vida como atriz que vive, ainda hoje, assombrada pelo passado.

Leitura merecida, apesar de eu não ser muito adepta de autobiografias, indico!