Resenhas

Resenha: Sangue Quente, por Isaac Marion

sangue-quente-300x431 Nome do Livro: Sangue Quente
Nome Original: Warm Bodies
Autor(a): Isaac Marion
Tradução: Cassius Medauar
ISBN: 9788580440331
Páginas: 256
Editora: LeYa
Ano: 2011
Avaliação:4.8/5
Onde comprar: Compare Preços

R é um jovem vivendo uma crise existencial – ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a “vida” de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro.

A vontade de ler Sangue Quente começou depois das chamadas para o filme. Já tinha lido mais sobre o livro pelo site da editora e em outros blogs, de início a premissa do enredo envolvendo  o mundo pós-apocalíptico zumbi não me chamou tanta atenção. Depois de perceber novas apostas resolvi ceder ao enredo e confesso que Isaac Marion soube ousar na descrição de seus personagens.

R é um zumbi meio diferente dos outros que se encontram  naquele meio. Ele não se lembra de nada do que aconteceu com sua vida e de todos, só de acordar e encontrar-se morto. Não lembra de seu nome verdadeiro, os momentos importantes de sua vida, nele ainda possui algo diferente, algo que o faz recordar um pouco de sua consciência. Uma espécie de morto com sentimentos, até mesmo na hora de se alimentar. Sim! Falo de cérebro.

“Estou morto, mas isso não é tão ruim. Aprendi a conviver com isso. Desculpe não me apresentar da forma correta, mas não tenho mais um nome. Dificilmente algum de nós tem um. Nós os perdemos, como perdemos chaves de carros, os esquecemos como esquecemos de alguns aniversários. O meus talvez começasse com R, mas isso é tudo que sei.”

Até que ele e um grupo de zumbis saindo para alimentar, acaba sentindo cheiro de humanos e esbarrando com uma menina, ou melhor, Julie, que fará o coração do zumbi voltar a bater. O mesmo acontece com ela, meio com medo, acaba indo com R para seu esconderijo, para que ali possa ficar viva. Com os outros zumbis, sua falta de articulação, momentos em que ele rasteja, lamentando sempre quando precisa consumir carne humana para viver. É nesse meio termo que ele pode tentar se sentir meio vivo.

“(…)Seus lábios estão comprimidos e pálidos.Aponto para ela, para minha boca e depois para os meus dentes tortos e ensangüentados. Faço que não com a cabeça. Ela se encolhe para perto da janela. Um grito de terror começa a aparecer na garganta dela. Isso não está dando certo.– Segura – falo para ela, soltando um suspiro. – Manter… você segura.”

É nesse contexto que prosseguimos com a narração de R, Julie e ambos os pensamentos de tentar salvar esses zumbis de uma morte. Ambos não esperavamos que iriam se apaixonar, é rico a forma que o autor descreve seus personagens e como R narra todo o enredo. A visão dele é muito interessante uma vez que não estamos acostumandos com uma narração meio estranha. O desenvolvimento da narrativa se desenvolve depois que ele come o cérebro de Perry- namorado de Julie, revivendo momentos de sua vida humana.

Fiquei apegado em toda narrativa, os sentimentos de R com Julie, até mesmo nos momentos que ele começa a lembrar da vida humana e a força que ambos repassam um para o outro é tamanha. O final do enredo é para deixar qualquer leitor querendo mais aventura e em descobrir o que aconteceu com o futuro dos personagens.

Em meio ao caos, um mundo morto, dividido e sem saber realmente os motivos do vírus ter matado grande parte da população o enredo flui muito bem. A diagramação da editora LeYa, tradução e capa, refletiram o contexto verdadeiro do que iremos encontrar na leitura de Sangue Quente. Depois de assistir ao filme, percebi a fidelidade quanto ao livro.

Se você ainda não leu, corra para uma livraria mais próxima. Confesso que vocês não vão se arrepender, pelo contrário, irão aprender com R e Julie em um romance apocalíptico zumbi.

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

5 thoughts on “Resenha: Sangue Quente, por Isaac Marion

  • Oi, Philip.
    Eu li esse livro na época em que saiu o filme, mas acabei não indo ao cinema.
    Gostei bastante da história, mas não foi aquela loucura, sabe?!
    Beijos
    Camis

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  • Clara

    Oi Philip,

    Ainda não li o livro, mas já vi o filme. Sua resenha foi uma das poucas que vi mostrando pontos positivos do livro, gostei bastante dos seus comentários, me animaram muito. Achei o filme muito lento, mas creio que irei gostar do livro, assim espero.

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  • roseni

    o filme realmente é muito bom, gostei dos detalhes e achei o livro bem convidativo!

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  • Oi!!!! Gostei do filme, mas não teve nada ver eles traduzirem o filme com “Meu namorado é um Zumbi” rs…estou doida pra ler o livro! adorei a resenha. beijos

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  • Barbara

    Estou doida para ler por que quero muito ver o filme, e é horrível ver o filme antes do livro… 🙂

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