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Crítica Nós( 2019)

Diretor: Jordan Peele

Roteirista: Jordan Peele

Elenco: Lupita Nyong’o, Anna Diop,  Yahya Abdul-Mateen II, Madison Curry, Winston Duke Evan Alex, Shahadi Wright Joseph, Elisabeth Moss, Tim Heidecker, Cali Sheldon, Noelle Sheldon.

Diretor de Fotografia: Mike Gioulakis

Montagem: Nicholas Monsour

Adelaide (Lupita Nyong’o) e Gabe (Winston Duke) decidem levar a família para passar um fim de semana na praia e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, mas a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos.

O filme Nós (2019) é um magnífico thriller de terror psicológico dirigido por Jordan Peele. O filme é instigante e cheio de metáforas sobre o comportamento social e o fracasso do sonho americano. Nós é igualmente aterrorizante e inquietante quanto ao filme antecessor do diretor Corra!(2017). O longa é um excelente filme de terror e não será surpresa ao vê-lo nas listas de melhores filme de 2019.

O filme inicia em meados dos anos 80 com Adelaide (Madison Curry) ainda criança e muita antes de ser assombrada pelo passeio no parque de diversão ela estão assistindo televisão e em um dado momento um comercial de uma espécie de “legião da boa vontade” incentiva a população norte americana a se unir para erradicar a fome em seu continente. Logo no começo do filme Peele questiona essa sociedade unificada norte americana e ao longo do filme nos mostra, de forma codificada, o quão longe está desta união.

Para construção do filme Nós o diretor se inspirou em um episodio do programa de Tv Twilight Zone, de 1959, intitulado “Mirror Image”. Nesse episodio em um terminal rodoviário uma passageira ou olhar no espelho se depara com sua copia idêntica que ao longo do episodio passa a atormentá-la.  No filme a família Wilson também é assombrada por quatros os estranhos vestidos em macacões vermelhos que revelam-se cópias perfeitas de cada membro da família, que parecem querer substituí-los a qualquer custo.

Com a metáfora da cópia Peele quer nos mostrar que vemos no espelho não é necessariamente o que projetamos para o mundo. No trailer do longa a idéia que “nós” somos nossos piores inimigos já fica gravada em nossa memória e durante a exibição ela vai sendo reforçada com o comportamento das copias, mas existe uma pequena surpresa na interação de um membro da família ela vem justamente de onde não se espera.

Lupita N’yongo, que está quase em todas as cenas do filme e sal atuação é totalmente hipnotizante. Não seria um exagero dizer que ela leva o filme do começo ao fim, fazendo você imaginar que tipo de filme teria sido sem ela. Winston Duke atua de forma impecável e funciona bem como alivio cômico. Duke interpreta Gabe Wilson marido de Adelaide. Outros destaques do elenco vão para Evan Alex e Shahadi Wright Joseph que interpretam Jason e Zora filhos de Adelaide. As crianças também se revelam afinadas com seus personagens sabendo transmitir apatia, deslocamento e medo a media que seus personagens vão se desenvolvendo na trama. Elisabeth Moss também contribui para trama ao interpretar uma dona de casa de classe media, metida, irritante e frustrada.

Peele misturar com sucesso horror e comédia para oferecer uma experiência verdadeiramente única. Ao contar essa história de horror repleta de símbolos e significados Peele incentiva o espectador a descobrir por si mesmo o que essas imagens, por vezes, estranhas e descoladas da realidade surgem. E embora as alegorias aqui pareçam ser mais sutis que em Corra (2017) Nós  permanecem instigantes, aterrorizante, inquietante e  assustador  de se ver.

Nota 5/5

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