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Resenha | O Homem de Areia

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Título original: Sandman
Autor: Lars Kepler
Tradução: Guilherme Miranda
Capa: Jorge Oliveira
Páginas: 462
Acabamento: Brochura com Orelha
Lançamento: 08/10/2018
Selo: Alfaguara

Best-seller mundial, “O homem de areia” conta a história de um serial killer inteligente e manipulador e de dois policiais que precisarão vencer os próprios limites para pegá-lo. 

Há suspenses que captam o leitor com poucas palavras. Esse é o caso de “Homem de Areia” do autor Lars Kepler, quarto livro da série de histórias que narram investigações das quais o detetive Joona Linna participa.  Em suas primeiras páginas você já é levado a querer saber mais sobre o mistério que envolve um jovem resgatado no meio do nada. 

Cada capítulo foca em algum núcleo da trama até o momento em que essas histórias começarão a se cruzar. Essa trama envolve o leitor em uma teia que torna as mais de 400 páginas do livro extremamente fáceis de se ler. A escrita de Lars é fluida, de fácil entendimento e bem estruturada na construção do suspense. O autor sabe como descrever não só o ambiente como as sensações vividas pelas personagens. Os capítulos curtos auxiliam na construção dessa dinamicidade. 

É impossível não comparar nosso ardiloso assassino a Hannibal Lecter da série de livros de Thomas Harris. Creio que seja uma comparação feita pela maioria dos leitores que têm contato com a obra. Jurek Walter, o psicopata, elo que une todos naquela história é um tipo cativante e manipulador. Mesmo preso ele consegue tapear a todos. Porém Joona não é um bobo e inexperiente detetive. Ele também possui uma mente sagaz. A questão que paira ao longo do texto é quem será o mais esperto de todos. Mais uma vez, um ponto em comum com Hannibal, já que esse personagem tem uma relação semelhante com o detetive Will que o investiga. 

Nos últimos anos descobri minha paixão por thrillers de escritores suecos. Meu primeiro contato foi com a Trilogia Millenium de Stieg Larrson, passando por Jo Nesbo e, recentemente, com a série para TV Wallander, inspirada na obra de Henning Mankell. A cada leitura mergulho mais nas páginas desses escritores que desenvolvem muito bem esse gênero literário que eu tanto gosto. 

Ao descrevermos os suspenses nórdicos, as pessoas logo pensam em um ambiente frio e em uma distância sentimental dos autores para narrar. Na verdade o que  vemos seja talvez um tom realista. Creio que a crueza com a qual Lars descreve algumas situações possa incomodar alguns leitores, ou até mesmo os capítulos mais curtos que tanto me agradam. Porém, espero que os leitores que se encantaram pela sinopse do livro estejam dispostos a serem envolvidos pela história. Garanto que não irão se arrepender. 

Nota: 4,5/5 

 

 

Yasmine Evaristo

Artista visual, desenhista, eterna estudante. Feita de mau humor, memes e pelos de gatos, ama zumbis, filmes do Tarantino e bacon. Devota da santíssima Trindade Tarkovski-Kubrick-Lynch, sempre é corrompida por qualquer filme trash ou do Nicolas Cage.

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