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Oscar 2024 | Análise final

O Oscar é o grande premio aclamado por todo cinéfilo que se preze, que gosta de ver a premiação, discutir em bolões, fazer conteúdo, e vamos ressaltar que em 2023 tivemos talvez a melhor safra de filmes em questão de qualidade e de como o nível foi alto, comparado com premiações passadas. Assim, farei aqui uma breve crítica do que me chamou atenção nesse Oscar 2024 e o que acrescentaria ou faria diferente

Jimmy Kimmel abriu a noite com duras críticas e ao fazer cinema, tivemos menções de Margot Robbie e nem Greta Gergwing concorrer a suas respectivas categorias. Falando assim de hipocrisias, pois o povo que aplaude é o mesmo que vota. Foi mencionado também sobre o filme ¨Madame Teia¨ onde foi zuada e esnobada já logo no seu inicio e pela falta de potencial. Cristopher Nollam foi citado por seu jeito de escrever roteiro e até o Cillan Murphy foi zuado de que seu nome muda ao atuar em comédia ou drama. Messi, o doguinho de “Anatomia de uma Queda” foi citado e mostrado por sua atuação mas que também foi injustiçada, sejamos honestos

¨Pobres Criaturas¨ foi indicado 11 categirias talvez pelo seu diretor excêntrico Yorgos Lanthimos. Emma Stone sendo indicada pela quinta vez. E “Assassino da Lua das Flores” foi mencionado pela sua longa duração e “Maestro” de Bradley Cooper de andar sempre com sua mãe, inclusive nas premiações.

Vamos falar sobra a ausência de diretores ganhando o seu primeiro Oscar, Hayao Miazaki saiu da aposentadoria, fez um filme lindo, “ O Menino e a Garça” do Studio Ghibli, furou a bolha de Marvel e Pixar mas não compareceu para ganhar o premio, confesso que essa ausência me deixa uma sensação estranha, principalmente por ser seu primeiro Oscar, não sabemos o motivo mas ele merecia estar lá com um discurso afiado e reforçando a importância de animações japonesas. Wes Anderson também venceu por seu primeiro curta “ A Incrível história de Heny Sugar”  mas deixou seu recado de estar na Alemanha em seu novo projeto.

Em questão de roteiros, as escolhas foram justas, gostei de como “Ficcao Americana” ganhou por seu roteiro adaptado em que Cord Jefferson foi muito perpicaz em sua critica e o que realmente quis trazer no filme, é um filme cheio de camadas para negros e brancos. O roteiro original foi para “Anatomia de Uma Queda” de Justine Triet & Arthur Harari que trouxeram as histórias de julgamentos por uma outra ótica, um filme que foi hit nessa temporada de premiações porem merecia mais reconhecimento e prêmios.

Outro fora da bolha que desbancou muitos famosos foi “Godzilla: Minus One” em EFEITOS VISUAIS, uma grata surpresa que surpreendeu a todos e bateu de frente contra Marvel em ¨Guardiões da Galaxia¨ e até ¨Missão Impossível: Acerto de Contas¨ com Tom Cruise como produtor, mas nem assim rendeu um Oscar. A equipe formada por Masaki Takahashi, Kiyoko Shibuya e Tatsuji Nojima. O diretor Takashi Yamazaki  provou que mesmo em Hollyoody, todos tem uma chance. Concordo com isso, apesar que é raro ver em premiações como o Oscar  e nessa categoria fugir de equipes e filmes norte americanos.

Figurino, Cabelo e Maquiagem e Design de Produção podemos ver como essas áreas se conversam e pelo cinema ser algo feito em equipe, e justo que uma área tem que se adaptar a outra, a vitória foi para ¨Pobres Criaturas¨, onde gostei da forma como esse filme cresceu nos premios técnicos: uma história diferenciada e um trabalho de design sendo pensado em cada cenário, isso tudo ligado a força e a inocência que Bella Baxter potencializa.

Contrariando a todos, “Zona de Interesse” ganhou força antes do Oscar e se tornou um dos favoritos na categoria “Melhor Filme Internacional”. O diretor Jonathan Glazer trouxe em seu discurso sobre a questão de Israel e Palestina e a respeito de como o seu filme leva ao pior da degradação humana, além disso o filme de Zelger levou “Melhor Som” em uma batalha direta com Openheimmer.

A vitória de atrizes e atores coadjuvantes, foi feito de maneira diferente, os antigos vencedores falariam dos concorrentes em uma breve homenagem. Em atriz coadjuvante, Lupita foi sensível em seus elogios a falar da vencedores. “Sua atuação é… também uma homenagem à sua avó cujos óculos você usou no filme” e foi assim que Da’Vine Joy Randolph conquistou a estatueta em “Os Rejeitados” é notório como o Oscar para Da’Vine reforça sua luta, sua garra e como mereceu essa vitória que seja a primeira de muitas vitórias e prêmios.  O mesmo serviu para Robert Downy Jr que conquistou seu Oscar por Oppneheimmer com o seu vilão Levi Strauss, um cara movido a poder e a acabar com o seu parceiro. Emma Stone também ganhou o seu Oscar, apesar de estar com concorrentes interessantes, Lily Gladstone por sua atuação mais contida e Sandra Huller, uma potencia que cresceu com dois filmes “Zona de Interesse” e ¨Anatomia de Uma Queda” . Esse Oscar a Emma prova sua versatilidade e de como sai de sua zona de conforto, Pobres Criaturas é a resposta disso e por ultimo mas não menos importante Cillan Murphy conseguiu o seu feito de ser Melhor Ator por Opennheimmer. Finalmente Murphy teve o protagonismo que precisava nos filmes de Nolan e o longa da bomba atômica cumpre o que promete filmado de um jeito que a Academia gosta, por isso não surpreende ninguém. 

Os números das canções originais todos foram belos mas a apresentação que marcou esse Oscar foi Ryan Gosling por “I Just Ken” hit do personagem mesmo não tendo ganhado e perdido para Billie Ellish com a canção What Was I Made For? Foi o Ken que levou nosso coração e nossa torcida.

A verdade é que Openheimmer foi marcado pelas suas vitórias, além dos premios de ator coadjuvante e ator, a obra do pai da bomba atômica ainda levou bastante premios como: Melhor Trilha Sonora, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, além de Melhor Direção e Melhor Filme. Sim, é um grande filme. Nolan fez um filme exatamente do que a Academia gosta, com uma história política, parte em preto e branco, um tema polêmico que ainda se discute nos dias atuais e questões morais e éticas envolvidas.

Agora vamos falar dos esnobados, Martin Scorsese também fez um filme político, mostrando a ambição do homem branco por terras e dinheiro em “Assassinos da Lua das Flores” em que mostrava a morte do povo indígena em busca de petróleo e de lucrar com casamentos arranjados. Interessante pensar que Scorsesese é um homem branco, contando do ponto de vista dos brancos. Será que se a mesma história fosse contada por um índio, algum Oscar receberia? Lily Gladstone fez uma atuação mais contida e de sofrimento mas que retrata de fato uma dor que aqueles indígenas passaram. Tudo era pelo dinheiro e interesse, tudo foi um grande plano arquitetado por William Hale (Robert DeNiro) para que cada vez mais homens brancos tomem dinheiro e propriedade do povo Osage.

No geral foi um bom Oscar, com uma média de filme em altos níveis em questão técnica e qualidade, foi uma vitória também terminar um pouco mais cedo que o normal, aqui era meia noite e já estava encerrando, diferente de ir até 01h da manhã. Vamos esperar que o Oscar 2025 seja  tão respeitoso como esse, e respeitando o trabalho de cada um.

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