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Serpentário, Felipe Castilho | Resenha

Aos poucos, ela vai consumir nossa sanidade, um parasita se alimentando de lembranças traumáticas para prolongar a própria existência através dos tempos.

Caroline, Mariana, Hélio todo final final de ano, desciam para o litoral ara assar as festividades nas suas respectivas casas na praia. Por lá, eles sempre encontravam com um outro amigo, o Paulo, que ao contrário dos amigos, não era rico e muito menos vivia na mordomia em uma casa na praia. A mãe de Paulo era doméstica na casa de dois idosos bem estranhos, por sinal, e ele trabalhava bastante ajudando a mãe por lá também. E foi em uma dessas viagens, na virada do ano de 1999 para o ano 2000, que um fato sinistro na Ilha das Cobras, aconteceu e perturbou a vida de todos durante quase 20 anos. Como desgraça pouca é bobagem, todo o terror vivido por eles na época, ressurge dos mortos depois de 19 anos para cobrar a conta de um por um. E que conta meus amigos! O que acontece depois de um encontro marcado por Paulo, beira a loucura literária e eu confesso que surtei com cada narrativa, hahaha.

Carolina tinha a estranha sensação de que a casa era maior por dentro do que aparentava pelo lado de fora, o que fazia seu instinto gritar que aquele lugar era uma armadilha…

Não vou contar mais sobre a história porque odeio spoiler e essa é uma história que é boa de ler às cegas [Acho que por isso atrás do livro só tinha um textinho bem curioso e nada esclarecedor!😏] . Maaaas, se você ama um spoiler de leve, a sinopse do livro está no final da resenha e na orelha do livro, tem muito mais.

Minha opinião sobre “Serpentário”, primeiramente, é que surtei lendo cada pedacinho, pois achei a narrativa e as coisas que aconteciam durante a leitura, muito bizarras, cara! Cheguei a dar risadas de algumas delas, em outras arregalei até as órbitas, e isso fazia com que eu tivesse mais vontade de ler para descobrir quais outras bizarrices o autor teria colocado nesse texto. Caracaaa, eu imaginava cada pedacinho da história, cada bicho que aparecia, cada criatura sinistra que emergia das trevas, as caras e bocas, os gritos, os cenários. Meu pai eterno, essa história daria um puta filme! Netflix, mulher, corre aqui!😜

… [ Você já assistiu a Jogos Mortais? Ou Eu sei o que você fez no verão passado? ]…

A história principal se passa na virada do ano, no dia 31 de Dezembro, no ano de 1999. Depois vai para 19 anos depois, com todos envolvidos já adultos, com as vidas bem ferradas. Menos a vida do vivo, ou morto, Paulo. Por que será? Isso vocês terão que descobrir lendo o e vivendo a história.

A narração é intercalada entre anos atrás e o tempo presente, mas com tudo bem demarcado, o que amei, pois não me senti perdida na história em momento algum. Ah! Não posso esquecer de mencionar as várias referências da mitologia, do folclore e bíblicas também, ou estaria com demência? Senti muita ironia no ar em vários aspectos no Cristianismo, e posso dizer até que concordo com algumas delas. Também havia, se não me engano, uma carta com relatos do que aconteceu em uma outra história, dentro dessa história. Parecia algo que acontecia paralelo a história que eu estava lendo. Bizarro? Eu diria que foi uma das sacadas de mestre na narrativa do autor, porque os personagens dessa carta, apareciam no mesmo momento na história original que estava sendo contada. Cara! Não da pra explicar toda a doideira desse livro. Entretanto, da pra sentir e saber, lendo!

Enfim meu povo, queria ficar aqui pontuando mais e mais coisas que captei durante a minha leitura, algumas lições que pesquei, mas o texto ficaria muito extenso e vocês preguiçosos como eu sei que são, não leriam tudo né😅 É o primeiro livro na minha vida inteira de leitora, que um dia quero reler! Então bebês, só leiam, porque vale muito a pena a experiência.

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Serpentário

Serpentário


Autor: Felipe Castilho
Editora: Intrínseca
Páginas: 368
Ano: 2019

Sinopse:

Todo ano, Caroline, Mariana e Hélio costumavam deixar a capital paulista para encontrar Paulo, um jovem habituado à simples vida caiçara. No entanto, a amizade construída nas areias do litoral sofreu abalos sísmicos no Réveillon de 1999, quando algo tão inquietante quanto o bug do milênio abriu caminho para uma misteriosa ilha que despontava no horizonte, e explorá-la talvez não tenha sido a melhor decisão.

Sobreviver à Ilha das Cobras tem um preço. O arquipélago é um ambiente hostil, tomado por víboras, e esconde segredos tão perturbadores quanto seus habitantes. Mais do que um equívoco darwiniano ou uma lenda popular, a ilha praticamente destruiu a vida deles. Entre memórias e fatos fragmentados, o que aconteceu naquela fatídica noite se tornou um mistério. Mas de algumas coisas eles se lembram perfeitamente: uma enorme e ameaçadora serpente, além de uma pessoa sendo entregue ao ninho da víbora, um sacrifício sem chance de recusa.

Anos depois, Caroline é confrontada com um de seus piores pesadelos: a pessoa que eles abandonaram está viva. Um fantasma do passado que surge para fazer suas certezas caírem por terra. Então, ela decide reunir os amigos para entender o que aconteceu. E talvez o encontro seja parte de algo maior… e maligno. Em Serpentário, Felipe Castilho mostra todo o seu talento ao mesclar referências do folclore e da mitologia a elementos da cultura pop, da ficção científica e do horror.

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