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Crítica | O Grito

“Eles não vão te deixar partir”. Ou será que vão?

Por Marcello Ananias

Uma policial e mãe solo, interpretada por Andrea Riseborough, recomeça a vida com seu filho em uma nova cidade. No trabalho ela se vê cada vez mais envolvida por uma investigação cheia de mistérios e pontas soltas, que a fazem entrar cada vez mais fundo em uma história que teve início do outro lado do mundo.

Andrea Riseborough The Grudge 2020

Como outros filmes que se propõe a revitalizar títulos que vieram a ser famosos um dia, “O Grito” é uma sequência com um tom de remake.

E o filme deixa claro os pontos onde se esforça para demarcar suas ambições; várias cenas em referência ao clássico, com ares que beiram o nostálgico, ao mesmo tempo que ambiciosamente arrisca novas assinaturas.

John Cho in The Grudge

Bem como suas cores e estética arriscam tanto que por vezes se perde da referência e não consegue também se diferenciar de um jumpscare comum estadunidense. Falando em comum, vários recursos fáceis além do jumpscare constante estão presentes no longa, que se faz valer de uma sorte de clichês para arrastar um segundo ato que ao se encerrar não conclui com êxito nem o que já era esperado.

Abandonado o aspecto mais intimista das produções originais asiáticas, em conflito também ao próprio subtítulo, que promete um medo que não abandona quando o filme acabar, o longa se perde e nem a carga dramática da atuação dos protagonistas (nem dos demais atores) consegue desenvolver as angustias e impasses de suas tramas.

“O Grito” perde uma excelente oportunidade de construir algo próprio e realmente ambicioso, para se perder em clichês e caminhos fáceis que agradam o público de produções como “A Morte do Demônio”, mas não aos de “O Homem das Trevas”. O filme estreia nos cinemas brasileiros dia 13 de fevereiro.

O Grito Poster 2020

O Grito (The Grudge, 2020)
Direção: Nicolas Pesce
Roteiro: Nicolas Pesce, Jeff Buhler
Elenco: Andrea Riseborough, DemiánBichir, John Cho, Betty Gilpin, Lin Shaye, Jacki Weaver;
Fotografia: Zachary Galler
Trilha Sonora: The Newton Brothers
Montagem: Gardner Gould, Ken Blackwell

9 thoughts on “Crítica | O Grito

  • Poxa, uma pena ele ter se perdido em sua proposta… De qualquer forma pretendo assistir. Eu gosto da franquia, embora a versão japonesa seja beeem melhor pra mim… Não sabia que tinha saído esse novo…
    Küss 😘

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  • “Não sou capaz de opinar” sobre esse filme, pq sou muito medrosa para filmes de terror… =s Mas é uma pena que não tenham buscado fazer algo diferente do antigo. Perderam uma grande oportunidade, ainda mais com tantos recursos que temos hoje em dia…
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    Resposta
  • Ei, esse é um filme que eu não verei. Lembro da primeira vez que assisti “O Grito”, eu tinha uns 12 ou 13 anos e fiquei uma noite inteira sem dormir. Terror não é a minha praia.

    Parabéns pela crítica!

    Resposta
  • Assisti a versão japonesa a muito tempo atrás quando eu pequena e fiquei morrendo de medo kkkkk mas confesso que agora estou mais habituada bom o gênero e fiquei curiosa para conhecer o novo filme!

    Parabéns pelo trabalho

    Bjs Aruom Fênix

    Resposta
  • Achei ótimo e muito interessante poder conferir essa crítica do filme, porque eu ainda não conhecia. Fico bem intrigada quando personagens assim se veem cada vez mais envolvidos por uma investigação repleta de mistérios, assim como essa personagem. Confesso que nunca assisti ou li nada do gênero. Mas curti muito conhecer.

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  • Quando saiu o primeiro filme, eu lembro que assisti super empolgada e acabei me decepcionando. Então não estava lá muito interessada por esse novo e sua crítica só confirmou o que eu já esperava!

    Resposta
  • As coisas fáceis e que se perdem, geralmente, infelizmente, são as que dão dinheiro, caindo no clichê tosco da indústria e fugindo da arte. Gostei bastante de sua crítica, ainda não assisti O Grito, mas quero poder conferir sem expectativa.

    Resposta
  • Vitor Damasceno

    Eu não consigo entender esses caras, porque caem tanto nesse erro de superar um filme oriental ou fazer a “versão americana”.

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  • Oie, tudo bem? Essa semana ainda assisti o trailer e achei meio “diferente”. Talvez porque já assistimos o primeiro e temos como referência. Quando já houve precedente é mais difícil a sequência ou remake ganhar nossa simpatia. Mesmo assim pretendo assistir. Um abraço, Érika =^.^=

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