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Resenha: Deuses Americanos, Vol 1: Sombras – Neil Gaiman

Ficha Técnica
Título original:  American Gods Volume 1: Shadows
Páginas: 264
Acabamento: Brochura
Lançamento: 2018
ISBN: 978-8551003060
Selo: Intrínseca

O grande clássico de Neil Gaiman agora em quadrinhos
Mistura de road trip, fantasia e mistério, o romance Deuses americanos alçou Neil Gaiman à fama mundial e ao posto de um dos maiores escritores de sua geração. Agora, os fãs de quadrinhos e da obra-prima do autor têm mais um motivo para celebrar: chega às livrarias o primeiro volume das graphic novels inspiradas em Deuses americanos . Ao todo, serão três volumes.
Em Sombras , as cores e os traços vibrantes de P. Craig Russell e Scott Hampton nos apresentam Shadow Moon, um ex-presidiário de trinta e poucos anos que acabou de sair da prisão e descobre que sua mulher morreu em um acidente de carro. Sem lar, sem emprego e sem rumo, ele aceita trabalhar para o enigmático Wednesday e embarca em uma viagem tumultuada e reveladora por cidades inusitadas dos Estados Unidos. É nesses encontros e desencontros que o protagonista se depara com os deuses — os antigos (que chegaram ao Novo Mundo junto dos imigrantes) e os modernos (o dinheiro, a televisão, a tecnologia, as drogas) —, que estão se preparando para uma guerra que ninguém viu, mas que já começou. O motivo? O poder de não ser esquecido.

Não existe mais desculpa para não conhecer Deuses Americanos, uma das obras mais aclamadas de Neil Gaiman. Se você acha que o livro é denso demais, há uma série magnífica para assistir; e, se você não gosta tanto assim de assistir séries – uma categoria em que eu meio que me enquadro – pronto, eis aqui uma trilogia em quadrinhos praticamente impecável.

Em linhas gerais, a história é uma road trip sobrenatural que se passa nos Estados Unidos dos tempos atuais. Shadow Moon, um ex-presidiário recém-libertado, é cooptado pelo sr. Wednesday, um homem dotado de lábia e uma aura de poder, a aceitar um emprego. Nada é falado a respeito de salário ou das atribuições do cargo; porém, sem muitas opções em vista – para não dizer nenhuma –, Shadow se vê intrigado pela proposta oferecida: “se sobreviver, poderá ter tudo o que o seu coração desejar. Vai poder ser o próximo rei dos Estados Unidos”. Após um gole de hidromel e uma briga com um leprechaun, o acordo é então selado.

O que se sucede é uma busca de Shadow e Wednesday por deuses do passado, entidades veneradas nos países de origem daqueles que imigraram para a América e que, aos poucos, têm sido abandonadas e esquecidas. Afinal, há novas “divindades” adoradas com muito mais devoção, como as estradas, a televisão e a tecnologia, todas preparadas para uma guerra que, inclusive, já está em curso. No centro dessa confusão em que ele certamente não pediu para participar, Shadow ainda precisa lidar com os fantasmas de seu próprio passado.

Este primeiro volume da trilogia é deliciosamente sombrio e trouxe uma adaptação muito fiel ao formato original. Como fã de Sandman, me acertou em cheio. Foi uma experiência de leitura bastante imersiva graças à ambientação criada pelos ilustradores P. Craig Russell e Scott Hampton e pelo contato com deuses de diferentes mitologias. Para quem gosta de extras, há vários presentes: esboços, anotações, estudos de personagens, layouts originais e uma galeria de capas feitas por artistas como Dave McKean, o brasilieiro Fábio Moon e o americano Bill Sienkiewicz, famoso por seus trabalhos com a Marvel Comics.

As 264 páginas são viradas com avidez e a última delas chega mais rapidamente do que deveria, por isso só me resta pedir que os deuses da literatura sejam misericordiosos e tragam logo o segundo volume….

Link para a abertura da série: https://www.youtube.com/watch?v=M_oVQESs7aU

Ronan Sato

Especialista em assuntos aleatórios. Apesar de descendente de japoneses, não sabe afirmar com certeza se prefere comida indiana ou sushi

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