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Resenha | O que Te Faz Mais Forte – Jeff Bauman e Bret Witter

O que Te Faz Mais Forte

 

Nome do livro: O que te faz mais forte

Nome original: Strong

 Autor: Jeff Bauman e Bret Witter

Editora: Vestígio

 ISBN: 9788582864227

 Ano: 2017

Nota: 4,5/5

A história do principal sobrevivente. Em 16 de abril de 2013, Jeff Bauman  acordou no Boston Medical Center, atordoado após uma série de cirurgias de emergência, e sem as duas pernas. Apenas trinta horas antes, Jeff estava na linha de chegada da Maratona de Boston de 2013, para incentivar sua namorada, Erin, quando a primeira bomba explodiu junto a seus pés. Ao acordar, em vez de parar para pensar em como sua vida se alterara completamente, ele arrancou o tubo de oxigênio e tentou falar, mas não conseguiu. Então, escreveu sete palavras: “Vi o cara. Olhou bem pra mim”, pondo em marcha uma das maiores caçadas humanas da história dos Estados Unidos e começando sua própria jornada de recuperação.

 

Em O que te faz mais forte, Jeff Bauman descreve o caos e o terror do atentado em si e a investigação do FBI que se seguiu, na qual atuou como testemunha-chave. Ele nos convida a acompanhar sua exaustiva reabilitação e narra os desafios e as alegrias que encontrou na tentativa de reconstruir sua vida. Jeff também nos fala da bravura dos outros sobreviventes do atentado. Corajosa, compassiva e envolvente, a história de Jeff Bauman não é só dele, mas de todos nós. Ela prova que as adversidades, por pior que sejam, só nos tornam mais fortes.

Esse não é um livro qualquer. Não é uma biografia qualquer. Não é uma memória qualquer. É a memória de um dia trágico que poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo, com qualquer pessoa. Mas aconteceu em Boston. Aconteceu com Jeff Bauman e outras centenas de pessoas.

O livro se passa em quatro partes: O antes, O atentado, Recuperação e Andando.

No Antes, temos Jeff nos contando talvez um momento que considerasse importante ao lado das pessoas que ama. Ele tem uma família que define como “um verdadeiro circo”, e os momentos são sempre muito festivos ou intensos.

Em “O atentado” ele conta o momento exato que o atentado à maratona de Boston aconteceu, em 15 de abril de 2013. Ele estava ao lado da mochila que explodiu primeiro. Ele olhou bem nos olhos do terrorista, Temerlan Tsarnaev, e soube que ele não estava ali para brincadeira. Então, de repente, o terrorista some, a bomba explode e a vida de Bauman e de várias e várias pessoas muda pra sempre.

“Recuperação”: Foram dias no Centro Médico de Boston sem poder se mexer direito de tanta dor no corpo, no que sobrou das pernas (muito pouco já que tiveram que amputar até acima dos dois joelhos.) Depois foram dias no Centro de reabilitação, fisioterapia que parecia mais treinamento militar. Além de tudo isso, ele ainda enfrenta perguntas o tempo todo de familiares e amigos que se preocupam excessivamente com sua condição, sem saber que isso o incomoda profundamente. Ele não quer falar de sentimento, não quer falar sobre aquele dia.

Assim, acompanhamos todo o esforço de Bauman para seguir em frente, para superar a tragédia e entender, definitivamente, que essa será sua nova vida, pra sempre. Ele se dá conta disso principalmente na parte “Andando” quando precisa aprender a lidar com o peso e a peculiaridade de suas novas pernas.

É difícil imaginar o que Jeff Bauman passou desde aquele 15 de abril de 2013. Ter as pernas arrancadas por pregos e rolamentos!? Ser atingido por uma bomba fabricada em casa? Ele afirma que a intenção do livro é mostrar que  não foi fácil, embora parecesse. Embora você olhe as fotos dele e veja aquele rapaz sorridente mesmo após o atentado e ele faça com que você acredite que foi fácil, moleza!

Fiquei emocionada e solidária desde a primeira página. Jeff nos conta tudo. Assim como conta  para o FBI, assim que acorda, que viu o terrorista e que sabe exatamente como ele é. Nesse momento se torna a principal peça para encontrar o responsável pela tragédia. Acho que o mundo inteiro acompanhou o que aconteceu. Eu mesma acompanhei e quando comecei a ler o livro, quando soube do que se tratava, imediatamente me veio à mente os rostos dos irmãos Tsarnaev. Quatro anos se passaram e a imagem ainda estava fresca.

Mas o melhor pra mim foi conhecer os fatos pela visão de uma das vítimas, a mais importante delas. Várias e várias vezes me peguei acessando o Google para ver a imagem que ele menciona que ficou famosa na internet, seja do atentado, seja do time de beisebol que ele é convidado para lançar a primeira bola no segundo jogo da temporada (tem vídeo! Eu vi!), ou o time de hóquei que o convida para balançar a bandeira antes do jogo. E nos conta também como ele conseguiu seguir em frente com seus familiares, amigos, e com Erin, a namorada que estava correndo na Maratona de Boston e ele foi prestigiar. Imagino o quanto deve ter sido difícil também para ela e os dois enfrentaram tudo juntos.

Não sou uma pessoa muito afeta às biografias. Nunca gostei de ver uma pessoa famosa falando da própria vida, ainda mais porque todo mundo que fica famoso ganha lança uma biografia, pelo amor de Deus! (Luan Santana e Andressa Urach que o digam).

Tirei meio pontinho da nota só por causa da repetição de algumas partes que achei desnecessário, podia muito bem ter tirado do livro que não faria diferença. Contudo, é bom deixar claro que esse livro é muito mais do que uma biografia. É um conselho. Uma lição de vida. Quando você estiver reclamando muito de sua vida leia essa biografia, e vai perceber que podia ser pior. Então, leiam!

 

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